Eliziane Gama: Depoimento de representante da Pfizer escancara negligência do governo em não negociar com farmacêutica

Omissão contou inclusive com a participação do ministro da Economia, criticou a senadora na CPI da Pandemia (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), afirmou nesta quinta-feira (13) que as declarações do representante da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, à CPI da Pandemia reforçam que houve  ‘negligência’  por parte do governo Jair Bolsonaro, inclusive do  Ministério da Saúde, na compra da vacina da Pfizer contra a Covid-19.

Após fazer questionamentos a Murillo sobre as negociações, a senadora disse que a falta de compromisso governamental com a imunização da população brasileira ficou “mais que comprovada” para a comissão.

“É impressionante a omissão. A negligência do governo contou inclusive com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes. Se tivessem assinado contrato desde o início das tratativas com a Pfizer, em maio do ano passado, esta vacina estaria fazendo a diferença no plano de imunização da população”, disse Eliziane Gama.

Sobre conversas com ministros brasileiros para a compra do imunizante, Carlos Murillo respondeu à senadora não terem acontecido de maio a novembro de 2020.

“Não tivemos conversação com os ministros nesse período. Somente com equipe técnica”, informou.

“Eu só conversei com o ministro da Saúde no mês de novembro e mais uma na segunda ocasião, em dezembro. Com o ministro Guedes conversei na ocasião dessa ligação, e tive uma conversação posterior, no mês de em fevereiro”, disse o representante da Pfizer.

“Veja, eu realmente fico impressionada com a informação que nós estamos recebendo aqui”, reagiu Eliziane Gama.

Segundo a parlamentar, enquanto o Palácio do Planalto empurrava com a barriga as sucessivas propostas formuladas pela farmacêutica, o imunizante já estava sendo aplicado nos Estados Unidos, em Israel, no Reino Unido e no vizinho Chile.

A senadora maranhense rebateu ainda a argumentação dos senadores governistas de que o contrato com a Pfizer não poderia sido firmado antes da aprovação do uso emergencial do imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Carlos Bolsonaro

Durante depoimento, o representante da Pfizer confirmou a participação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República, em reunião no dia 7 de dezembro de 2020, que foi comandada pelo ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, no 4º andar do Palácio do Planalto.

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