Wizard é suspeito de participar de um grupo ‘paralelo’ de aconselhamento ao governo federal que defende a cloroquina (Foto: Pedro França/Agência Senado)
O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE) protocolou nesta segunda-feira (17) requerimento de convocação do empresário Carlos Wizard na CPI da Pandemia, e também da quebra de seus sigilos, de março de 2020 até agora.
Wizard é suspeito de participar de um grupo ‘paralelo’ de aconselhamento ao governo federal que defende a cloroquina, medicamento sem eficácia contra a Covid-19, e a tese de imunidade de rebanho.
“Para que seja possível esclarecer os detalhes de um “ministério paralelo da saúde”, responsável pelo aconselhamento extraoficial do governo federal com relação às medidas de enfrentamento da pandemia, incluindo a sugestão de utilização de medicamentos sem eficácia comprovada e o apoio a teorias como a da imunidade de rebanho, faz-se necessária a oitiva do Sr. Carlos Wizard Martins, alegadamente membro de referido grupo”, diz o documento.
Em junho do ano passado, Wizard foi convidado pelo então ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, para assumir o comando da Secretária de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. No entanto, após críticas, recuou e disse que não iria contribuir mais com o Ministério da Saúde.
Sigilos
Alessandro Vieira quer informações sobre as ligações telefônicas que Wizard fez e recebeu, além de mensagens, localização e pesquisas no Google e nas redes sociais.
Também pede dados fiscais, com rendimentos e declarações, e registros bancários, incluindo todas as contas de depósitos, poupança e outros bens.
Segundo o requerimento, o objetivo é analisar se houve aumento do patrimônio ou transferência de recursos para campanhas do governo.
De acordo com Alessandro Vieira, os registros podem indicar a participação de Wizard nas discussões do governo sobre a gestão da pandemia.
“As quebras de sigilo são fundamentais para entender essa rede paralela de relacionamentos que passou a interferir diretamente na gestão pública”, justifica o senador.
Os pedidos ainda precisam ser apreciados pela CPI da Pandemia. (Com informações das agência de notícias)