Senadora também questionou presidente da Anvisa sobre liberação de cruzeiros no ano passado e quebra de patentes na pandemia de Covid-19 (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Em depoimento à CPI da Pandemia nesta terça-feira (11), o diretor presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, disse ao responder pergunta da líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), ser contrário contra aglomerações como o passeio de moto promovido pelo presidente Jair Bolsonaro com cerca de 1,5 mil motociclistas, no último domingo (09), em Brasília.
“O senhor é motociclista – é destacado inclusive no próprio currículo, e eu pergunto ao senhor: qual a sua opinião acerca dessa aglomeração? O senhor esteve presente nesse evento? Foi convidado para esse evento?”, questionou a senadora.
“Não estive presente nesse evento. Sou contra qualquer tipo de aglomeração nesse sentido”, disse Barra Torres.
“Mas o senhor não concorda com esse tipo de aglomeração?”, insistiu Eliziane Gama.
“Não concordo. Qualquer coisa que fale de aglomeração, não usar álcool, não usar máscara e negar vacina são coisas que não têm nenhum sentido, no ponto de vista sanitário”, afirmou o presidente da Anvisa.
Cruzeiros e patentes
Eliziane Gama também questionou Barra Torres se ele recorreu ao presidente Bolsonaro contra decisão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que defendia a suspensão de novos cruzeiros no Brasil, enquanto se mantivesse o estado de emergência e ele negou.
A senadora quis saber ainda a opinião de Barra Torres sobre a licença compulsória temporária de patentes das vacinas durante a pandemia do novo coronavírus.
“Esse é um tema riquíssimo, senadora, difícil. Não tem resposta fácil”, admitiu.
“Agora em termos humanistas, se há a possibilidade de determinado País efetuar uma quebra de patente, produzir e vacinar essas pessoas, como médico, como ser humano, não vejo por que não. Agora, gostaria de deixar claro: não é um tema regulatório. Então, a Anvisa não tem manifestação nesse sentido, isso não é tema regulatório”, completou.
Cloroquina
Antonio Barra Torres disse ainda que teria participado da reunião, no ano passado, no Palácio do Planalto, em que a médica e pesquisadora Nise Yamaguchi, tentou alterar a bula da cloroquina para que o medicamento fosse aplicado no tratamento da Covid-19.
“Ela [Nise] tem um nome muito ligado à cloroquina, mas não tenho conhecimento de que seja conselheira do presidente”, respondeu.