Alessandro Vieira: Trabalho de apuração da CPI da Pandemia será técnico e com provável quebra de sigilo de dados

Senador diz que não ver ‘risco de tensão com as Forças Armadas’ diante da possibilidade de convocação do ministro Braga Netto, da Defesa, e do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (Foto: Reprodução/GloboNews)

O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), disse nesta segunda-feira (19), em entrevista ao telejornal ‘Em Ponto’ (veja aqui o vídeo), da GloboNews, que o trabalho da CPI da Pandemia será técnico, e que o processo de apuração de responsabilidade das ações do Poder Público no enfrentamento da crise sanitária da Covid-19 ‘provavelmente’ terá a quebra de sigilo de dados e convocação de ministros e ex-ministros.

“Muito provavelmente teremos quebra de sigilos, especialmente de dados. É importante fazer essa radiografia e materializar os fatos. Temos várias entrevista aberrantes do presidente da República, mas também atos concretos de gestão: foi feito realmente o  cancelamento de compras de vacina do Butantan, mas na prática aconteceu? Temos de descolar a realidade desse mundo de fantasia das redes sociais que é tão comum nesse governo”, disse o parlamentar, membro da CPI.

Ele avaliou que o acesso às informações de dados do governo ‘não deve ser tão complicada’ porque há como se verificar o fluxo das rotinas de demandas entre o Executivo, estados e municípios na pandemia.

“Dentro delas [rotinas] vamos ter essa informação que vai mostrar o atendimento ou não de demandas, a demora a esse atendimento, ou mesmo a escolha por seguir um caminho contrário, como é o caso da aquisição de remédios sem comprovação de eficácia em detrimento da aquisição de insumos indispensáveis para o momento [da pandemia]”, explicou.

Tensão institucional

Questionado sobre a possibilidade de ‘tensão institucional’ com uma possível convocação do general Walter Braga Netto, atual ministro da Defesa – que comandou um comitê de crise quando estava na chefia da Casa Civil -, e do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o parlamentar respondeu que a CPI vai precisar ouvir os militares.

“Não vejo risco de tensão com as Forças Armadas porque são militares que estavam exercendo funções civis, e particularmente você não tem como fazer uma apuração de responsabilidades e da atuação do governo federal sem questionar aquele que foi em algum momento da pandemia colocado na função coordenar a resposta. É preciso ouvi-lo, sem dúvida nenhuma, mas são figuras que participaram da vida civil como ministros”, disse.

Plano de ação

Alessandro Vieira falou na entrevista da elaboração do plano de ação da CPI e defendeu um perfil técnico para a investigação da comissão, que deve ser instalada nesta quinta-feira (22).

“A CPI deve ter a possibilidade de conduzir o governo para uma postura mais responsável e técnica. A gente sabe que não consegue, enfim, resgatar tantas vidas que nós perdemos, mas é possível colocar o governo numa função mais pró-ativa e mais baseada na ciência. Até porque a CPI deverá mostrar que quem atua fora da linha do que aquilo que a ciência prescreve, pode ser e será responsabilizado, seja política, seja criminalmente. Tem essa finalidade de fazer com que ocorra um ajuste na condução do governo”, diz o parlamentar, escolhido por um grupo de senadores da CPI para elaborar uma proposta de roteiro para a investigação.

Delegado de Polícia Civil com duas décadas de carreira, Alessandro Vieira disse ainda ser ‘muito importante’ a CPI garantir a ‘legitimidade da sociedade’.

“Apresentei uma sugestão de plano de trabalho que certamente vai ser objeto de debate [entre os membros da CPI]. Acredito que vamos ter de avançar, ao mesmo tempo, em algumas frentes porque é muito importante, pelo menos na minha visão, garantir legitimidade da sociedade. A sociedade quer entender a responsabilidade do governo, mas também quer saber em relação à eventuais desvio de prefeituras e estados. Então, o ideal é que se tenha logo a definição de sub-relatorias, mas ainda não tem nenhuma definição de nomes [para a sua composição]”, disse.

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