O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR), criticou nesta quarta-feira, em audiência pública com o ministro Ernesto Araújo, a postura do governo e seus esforços internacionais no combate a pandemia da Covid 19. De acordo com deputado, diante da tragédia que atinge o país, quem tem mais ajudado a conscientizar a população é a imprensa brasileira “e não esse governo transloucado”.
“Eu nunca vi uma mensagem do governo patrocinando informações adequadas para enfrentar o coronavírus. Nenhuma mensagem falando de máscara, nenhuma mensagem falando de lavar as mãos, nenhuma mensagem falando do distanciamento, nenhuma mensagem falando efetivamente sobre o que está acontecendo. Resultado: 300 mil mortes!”, criticou o deputado ao ministro.
O ministro das Relações Exteriores, ao comentar o trabalho da imprensa, disse que “a imprensa, quando ele mente, ela mente, e as pessoas acham que ela diz a verdade”.
Na avaliação de Rubens Bueno, essa postura só confirma o caráter negacionista do governo diante da pandemia.
O deputado ainda questionou o fato de somente hoje o governo ter se reunido com governadores e com o Congresso para propor um comitê de acompanhamento da pandemia. “Hoje? Um ano depois com 300 mil mortes. Isso é muito grave para um país que se diz democrático e que respeita a vida”, cobrou Rubens Bueno.
Ernesto Araújo alegou que, desde o primeiro momento, essa foi a ideia do presidente Jair Bolsonaro.
O parlamentar questionou ainda ao ministro por quê somente agora o país se movimenta para que a aquisição das vacinas aconteçam. “Se muitos países já compraram há muito tempo mais do que precisavam por quê nós não compramos? Nós não temos ainda o suficiente de vacina para atender uma demanda urgente de nossa população que já precisava disso desde o ano passado”, questionou.
O ministro respondeu que “a estratégia de vacinação no país foi bem construída”.
Na avaliação de Rubens Bueno, se o Brasil tinha dinheiro para comprar vacina não havia motivo para não comprar. Para o deputado, o país, se não tivesse um governo transloucado, poderia ter até mesmo comprado mais vacinas do que o necessário.
“Seria possível, por exemplo, sermos solidários com nossos vizinhos, principalmente os que nos fazem fronteira, e alguns deles que enfrentam duras dificuldades econômicas. Seria possível vacinar toda a nossa população e ainda doar vacinas para o Paraguai, Bolívia, Argentina, Peru, entre outros. Abdicamos nosso posto de liderança na América do Sul. Mas o ministro acha que estamos no caminho certo. Não é o que acha a nossa população!”.