Mulheres do Cidadania pedem, em live, aceleração da vacinação contra COVID-19

Encontro virtual da M23 com Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, e Maria Fernanda Teixeira, do Unidos Pela Vacina, discutiu mobilização da sociedade na luta contra a pandemia

O núcleo de mulheres do Cidadania (M23) realizou, neste sábado (27), o encontro virtual Vacina Para Todos. O webinar contou com a participação de Maria Fernanda Teixeira, representante do movimento Unidos Pela Vacina; Dra. Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz; e a deputada federal Carmen Zanotto (CidadaniaSC), com mediação da jornalista Adriana Vasconcelos.

Ciência e vacinas

Margareth Dalcolmo disse que o ser humano conseguiu fazer algo extraordinário na ciência ao produzir uma vacina contra a Covid-19 em período tão curto, um feito inédito. Contudo, ela criticou o Governo Federal pelo atraso na negociação de vacinas aprovadas para uso em humanos.

“Se olharmos a história, a mais recente pandemia. a da gripe espanhola, teríamos aprendido com a história. O senso comum tende a nos ensinar, mas não fizemos, apesar dos alertas. Temos grandeza e experiência, mas o Brasil negociou mal [a compra das vacinas]. A negociação foi inadequada, somada às gafes da nossa diplomacia. Nesse momento, precisamos de muitas vacinas, pois só elas realmente resolvem o problema que passamos. Por não termos tomado as medidas restritivas adequadas, agora a situação nos exige medidas mais duras”, enfatizou.

A pesquisadora da Fiocruz destacou o valor da ciência brasileira na realização de estudos para a criação de vacinas nacionais e soluções terapêuticas que possam contribuir na imunização da população contra a Covid.

“O Brasil tem participado de estudos nacionais e internacionais. A academia brasileira tem um grande prestígio . Tivemos problemas iniciais e, ao mesmo tempo, precisamos de muitas vacinas. Precisamos de logística. O momento é muito grave. Nunca foi tão necessária a nossa união. Ultrapassar diferenças. Precisamos que a sociedade civil e a ciência trabalhem juntas para abater essa tragédia que nos atinge”, afirmou.

“Unidos pela Vacina”

Representante do Unidos pela Vacina, Maria Fernanda Teixeira ressaltou o trabalhou feito pelo movimento, que conta com empresários de diversos setores, em prol não apenas da aquisição de imunizantes, mas também de transporte e logística adequados. Ela ressaltou que o trabalho busca identificar, em cada município brasileiro, as deficiências e supri-las da melhor forma possível, desde geladeiras adequadas para estoque de material, tendas, pias, entre outros.

“O grupo não possui o objetivo de criticar. Apenas de apoiar as soluções necessárias. Trouxemos junto de nós empresários e executivos de diversas empresas e mantemos canal aberto com os institutos de pesquisas e produtores de vacinas de todo o mundo. Entendemos que o setor privado tem recursos e habilidades para tirar pedras do caminho. Na outra ponta estamos em contato com as prefeituras. Temos como meta o mês de setembro para a vacinação de toda sociedade”, explicou.

Ela observou que o trabalho de mapeamento das deficiências e necessidades das cidades já está em fase final, o que ajudará a acelerar a aplicação das vacinas tão logo elas estejam disponíveis.
“Queremos saber o que mais falta para que a aplicação da vacina ocorra da forma mais rapida possível. Estou muito feliz porque nos falta fazer contato apenas com 400 cidades. Em cada estado, temos um grupo de empresários. Todos os dias checamos os resultados, doadores e iniciamos a alocação conforme a necessidade daquele local em questão”, contou.

Maria Fernanda disse ainda que todos podem participar por meio do e-mail: prefeitura@grupomulheresdobrasil.org.br. Segundo a representante da ONG, o contato servirá para abrir caminho com as equipes estaduais da organização.

“A nossa logística envolve, além do transporte aéreo, o rodoviário e até mesmo embarcações para atender os lugares mais longínquos do País. Não será por falta de logística. Acreditamos, e muito, no SUS, mas essa vacina e a doença em si são um pouco diferentes. Temos que ser rápidos. Não podemos nos dar ao luxo de ter vacina ociosa nas geladeiras. Queremos que aquilo que chega seja aplicado no mesmo dia. Nos contactem por e-mail, pois ajudaremos vocês. Façam parte deste movimento”, conclamou.

A deputada federal Carmen Zanotto alertou, em sua exposição, para a necessidade de cadeias de decisão regionais dadas as proporções continentais do Brasil. Ela ressaltou que é preciso valorizar a ciência e os pesquisadores nacionais e disse ser importante que a sociedade civil entenda as restrições de circulação como um meio de preservar vidas.

“Quando usamos máscaras protegemos nossos familiares. Talvez as restrições tragam perda econômica temporária, mas também protegem vidas. Muitos profissionais de saúde estão dando as suas para salvar a dos pacientes de Covid. Vemos imagens de alguns poucos não vacinando as pessoas ou substituindo o imunizante e isso é lamentável, mas que não sirva para criticar a imensa maioria que faz o seu trabalho corretamente. Nossa homenagem a esses trabalhadores e àqueles que faleceram em função da Covid-19. Sem a força dessas pessoas e sem o SUS, estaríamos em situação muito mais complexa”, analisou.

Na abertura, a coordenadora do M23, Tereza Vitale, destacou que o objetivo do encontro era saber como as mulheres de partidos políticos e movimentos sociais podem auxiliar na aceleração da vacinação no Brasil.

“Somos uma força de trabalho militante e temos contatos com milhares de outras mulheres. Podemos ajudar e muito, mas queremos saber de quais formas podemos contribuir nessa situação insana que estamos. Temos aqui hoje três mulheres que lutam pela vida de todos nós e dedicadas full-time à questão da vacinação”, elogiou.

A também coordenadora do M23, Juliet Matos, fez um apelo para que a sociedade civil se engaje ainda mais no processo de imunização.
“Esse encontro é importante para as pessoas que estão assistindo. Muitas delas nos acompanham pela qualidade e competência das palestrantes. Precisamos que a animação e conscientização dessas mulheres pela vacina sirva para que possamos lutar pela aceleração do processo”, defendeu.

Raquel Dias, também integrante da coordenação da M23, observou que as informações debatidas no encontro são preciosas e de grande valia para que a vacina chegue o mais rápido possível ao braço de todos os brasileiros. Ela elogiou o papel desempenhando por cada uma das palestrantes pela superação da pandemia.

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