Matéria do jornal O Tempo desta quinta-feira (4) informa que Dr. Célio Frois (Cidadania) é um dos seis vereadores de Belo Horizonte que abriram mão de usar carros oficiais. Ele afirma que sempre se posicionou contra o uso de veículos oficiais ou mesmo alugados por todos os Poderes e que não necessita desse tipo de benefício. O parlamentar também tomou a decisão de não utilizar outros tipos de custeio, como o de material de escritório.
Veja abaixo a íntegra do texto:
Só seis dos 41 vereadores da capital abrem mão de usar carros oficiais
De acordo com a assessoria da Câmara Municipal, são usados hoje pelos vereadores 49 veículos sem condutores e 24 com motoristas
Dos 41 vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte, apenas seis abriram mão do direito de ter dois carros à disposição no gabinete, sendo um deles com motorista, além de 500 L de gasolina por mês, seguro, manutenção preventiva e limpeza, entre outros benefícios.
A Câmara Municipal de Belo Horizonte publicou na terça-feira (2), no “Diário Oficial do Município”, uma alteração no contrato com a empresa que aluga carros para o Legislativo da capital. O acordo, que até o ano passado era composto por 79 veículos, passou para 73 na atual legislatura.
De acordo com a assessoria da Câmara Municipal, são usados hoje pelos vereadores 49 veículos sem condutores e 24 com motoristas. Outros sete automóveis são destinados à administração da Casa.
A publicação no “Diário Oficial” aponta que, anteriormente, eram 40 carros com condutores e 39 sem condutores.
O Aparte solicitou à Câmara a listagem de como cada vereador optou por utilizar os carros, mas não foi atendido. Segundo apuração da coluna, porém, os não optantes pelos carros locados são Bráulio Lara (Novo), Dr. Célio Frois (Cidadania), Fernanda Pereira Altoé (Novo), Gabriel Azevedo (Patriota), Marcela Trópia (Novo) e Nikolas Ferreira (PRTB). Na legislatura passada, só dois parlamentares abriram mão dos carros: Gabriel Azevedo e Mateus Simões (Novo). Dr. Bernardo Ramos (Novo), suplente de Simões, também não usou carros ao substituir o colega no meio do mandato.
Para Gabriel Azevedo, um dos que abriram mão do benefício, o cidadão comum não possui esse tipo de regalia e, ao negá-lo, você fica mais próximo da cidade. “Uso e continuarei usando a bicicleta, sobretudo por ser elétrica e sustentável sem usar combustíveis fósseis”, afirmou Gabriel, que defende um novo modelo do serviço e sugeriu aplicativos ou táxis, ou que a Mesa Diretora reduzisse para apenas um carro sem condutor.
Dr. Célio Frois disse que sempre se posicionou contra o uso de veículos oficiais ou mesmo alugados por todos os Poderes e que o trabalho dele não necessita desse tipo de benefício. O parlamentar afirmou também que tomou a decisão de não utilizar outros tipos de custeio, como o de material de escritório, e que devolveu uma máquina copiadora, pois “todo material de escritório do gabinete é feito em gráfica particular e com recursos próprios”.
A vereadora Marcela Trópia diz ver com “ótimos olhos” a escolha dos correligionários por ser uma diretriz nacional do partido. Para ela, a medida significa mais do que economia de recurso público, mas é também simbólica por mostrar que não é a única opção dos políticos visitarem a cidade e fazerem o trabalho nas bases. Ela também propõe outras medidas, como o uso de aplicativos, até para a população ter uma maior transparência com a rastreabilidade das rotas utilizadas pelos vereadores.
“Para garantir que esses 500 L de autonomia, que é muita coisa por mês, estão sendo gastos em Belo Horizonte, em agendas do mandato, e isso também traz mais transparência para o cidadão”, disse.
Já Nikolas Ferreira diz que tomou a decisão em respeito ao dinheiro público, mas ressaltou que “não é nenhum crime usar essa ferramenta de trabalho”. O vereador pontuou, entretanto, que o contrato existente hoje no Legislativo representa “um gasto muito alto”.
O contrato atual de locação de veículos da Câmara foi assinado no final de 2015. Desde então, já passou por mais de 50 alterações de preços, objeto e forma de execução. Segundo a assessoria da Câmara, nas próximas semanas, a Casa vai retomar licitação, já tornada pública, para nova contratação de locação de veículos. Há expectativa de redução de despesas, uma vez que o novo contrato não prevê condutores. Ainda de acordo com a Casa, em negociação recente com a empresa contratada, a Câmara reduziu o valor mensal do contrato para R$ 258 mil, ao utilizar veículos com mais tempo de uso.
(O Tempo – 04/03/2021)