Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (12/01/2021)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Ford sai do país culpando mau ambiente econômico
Redução do controle sobre as PMs gera reações
Inep contraria recomendações e mantém Enem
Pazuello fala em usar 1ª dose para conter pandemia
Diplomatas repudiam atuação de Ernesto Araújo na crise dos EUA
Patrimônio oculto no ‘QG da Propina’
Bombeiro bêbado mata ciclita no Recreio
Impeachment de Trump já está na Câmara

O Estado de S. Paulo

Após um século, Ford encerra produção de veículos no País
Para o governo, decisão ‘destoa’
BB quer fechar 112 agências e cortar 5 mil funcionários
Pazuello fala em mais tempo entre doses de vacina
Mortes em SP saltam 49%
Governadores reagem a plano para as polícias
Pista no quintal e o sonho olímpico
Câmara pede impeachment de Trump

Folha de S. Paulo

Ford fechará suas fábricas no Brasil
Empresa ganhou bastante e poderia ter retardado saída, declara Mourão
Acordo proíbe divulgar dados completos da Coronavac
Vacinação começa no dia D e na hora H, afirma Pazuello
Com PT, candidato de Bolsonaro se fortalece no Senado
Mais de 100 PMs são afastados por dia em SP devido ao coronavírus
Diretor responsável pelo Enem, general morre de Covid-19 em Curitiba
Denúncias da PGR aguardam STF há mais de três anos
Tribunal impõe multa por serviços de sócio de Lulina sob Paes
Está pouco ainda, diz Bolsonaro sobre registro de armas 90% maior
Carla Domingues – Há falsa sensação de proteção com imunização parcial
Banco do Brasil quer encerrar, com PDV, 361 unidades
Argentinas presas por abortarem buscam liberdade
Democratas iniciam 2º impeachment contra Trump

Valor Econômico

Ford fecha no Brasil e Bahia já busca montadora chinesa
Justiça libera usufruto de pagar ITCMD
Novos projetos tornam leilão da Fiol mais competitivo
Alerta para o ‘descaminho’
Usinas travam preço do açúcar na exportação
Propostas sobre PMs dividem candidatos

EDITORIAIS

O Globo

Reação das plataformas digitais passou da conta

É justificável impor restrições a Trump por incitar violência, mas não calar a voz de milhares de seguidores

Foram anos de mentiras de Donald Trump nas redes sociais, a começar pela que lançou sua carreira política: a fabulação racista que põe em dúvida se Barack Obama nasceu nos Estados Unidos. Mas só quando a turba de vândalos incitados por ele invadiu o Capitólio, as gigantes digitais decidiram tomar medidas drásticas contra o mentiroso- em-chefe. É nítido que, agora, a reação passou da conta.

Facebook e Instagram suspenderam Trump pelo menos até a posse de Joe Biden. O Twitter o bloqueou em definitivo e apagou o histórico de seus tuítes. Bastou seus seguidores começarem a migrar em massa para o incipiente Parler — cujas regras são mais tolerantes com o discurso agressivo — para que Apple e Google banissem o aplicativo. A Amazon excluiu o Parler de seus servidores, na prática derrubando essa rede social de alcance limitado.

As justificativas das plataformas digitais guardam pouca relação com o zelo pelas consequências do discurso que fazem circular — do contrário, por que só agora a suspensão, se antes bastava rotular posts como falsos ou controversos? Ou que dizer das dezenas de líderes globais — dos aiatolás iranianos ao presidente Jair Bolsonaro — que continuam a usá-las como veículo para manipulação política? Parece evidente que a intenção das plataformas é polir a imagem atingida por anos de leniência com a desinformação, numa tentativa de evitar medidas regulatórias mais duras por parte do novo governo Biden.

É absurdo que dezenas de milhares de usuários de uma rede de escassa relevância, o Parler, sejam atingidos, como se todos estivessem conspirando para lançar bombas na posse de Biden fantasiados de vikings brandindo aríetes. Regular o discurso não é tarefa exatamente trivial. De todo modo, há uma distância enorme entre a permissividade que deu a Trump, Bolsonaro e outros líderes a oportunidade de comandar impunes movimentos extremistas e a proibição de acesso pura e simples.

A liberdade de expressão deve justamente proteger as opiniões mais estapafúrdias. Ninguém precisa de proteção para falar aquilo com que todos concordam. Em qualquer meio, portanto, só é razoável restringi-la quando houver violação clara da lei: incitação à violência, conspiração criminosa, calúnia, injúria, difamação etc. Cada democracia estabelece limites próprios, segundo sua história e cultura (nos Estados Unidos, a liberdade é ainda mais protegida que no Brasil).

As regras para impor sanções não podem ser arbitrárias, nem depender da conveniência política desta ou daquela plataforma. Ainda que sejam empresas privadas e tenham liberdade para impor normas internas de conduta, as redes sociais também têm uma dimensão pública e adquiriram relevância política incontestável. Regulá-las impõe um desafio de que, até agora, nenhuma democracia se desincumbiu a contento — a começar pela americana.

É evidente que, se houver violação da lei, restrições são justificáveis. Foi o caso de Trump, ao incitar a turba. Mas dificilmente é o das dezenas de milhares de atingidos pelo furor missionário que de repente acometeu o Vale do Silício.

O Estado de S. Paulo

Vacinar para crescer

Só Jair Bolsonaro e seus ajudantes de ordens parecem desconhecer que vacinação é dado essencial para qualquer previsão econômica, nacional ou global.

Vacinação é dado essencial para qualquer previsão econômica, nacional ou global, neste momento, e só o presidente Jair Bolsonaro e seus ajudantes de ordens parecem desconhecer esse fato. “A vacinação vai começar no dia D e na hora H”, disse na segunda-feira o ministro da Saúde, intendente Eduardo Pazuello, recusando-se mais uma vez a falar seriamente sobre datas e critérios de um suposto plano federal de imunização contra a covid-19. Seu chefe continua a representar dois papéis. Um dia depois de assinar medida provisória para flexibilizar normas de aquisição de vacinas e insumos, o presidente reapareceu com sua face mais natural. “Vacina, sendo emergencial, não tem segurança ainda. Ninguém pode obrigar ninguém a tomar algo que (sic) você não tem certeza das consequências.” Esse mesmo presidente havia sido, como seu líder Donald Trump, um entusiasmado propagandista da cloroquina.

Dirigentes e economistas de instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), analistas do mercado financeiro e técnicos de grandes consultorias condicionam suas projeções para 2021 – e para os três ou quatro anos seguintes – à evolução das condições sanitárias. A maior ameaça à recuperação econômica, por enquanto, é o surgimento de novas ondas de contaminação pelo coronavírus, já observado nos Estados Unidos e em vários países da Europa Ocidental. Em contrapartida, a esperança de uma retomada veloz e firme é relacionada a avanços médicos, especialmente ao rápido progresso da vacinação.

“Progressos com vacinas e tratamentos, além de mudanças para reduzir a transmissão, nos locais de trabalho e no comportamento dos consumidores, poderão permitir um retorno aos níveis pré-pandêmicos mais veloz do que se havia projetado, sem deflagrar novas ondas de infecção”, de acordo com o FMI. “Pela primeira vez desde o início da pandemia, há esperança de um futuro mais brilhante”, segundo comentário divulgado pela Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE). As avaliações do FMI e da OCDE surgiram, em dezembro, depois de notícias sobre avanços na elaboração de vacinas.

Esperanças e temores em relação à economia continuam vinculados, neste começo de ano, à luta contra a covid-19. Os Barômetros Globais divulgados no Brasil pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) são exemplos de como as projeções dependem das expectativas sobre a doença. Esses barômetros, baseados em tendências pesquisadas em cerca de 50 países, incluem avaliações da economia atual e expectativas em relação aos seis meses seguintes.

Em janeiro o Barômetro Coincidente subiu de 93,9 pontos para 95, revertendo a queda registrada em dezembro e indicando pequena melhora na avaliação das condições presentes. Denotando maior otimismo, o Barômetro Antecedente variou 6,1 pontos e atingiu 11,6. Esse otimismo, segundo análise da FGV, pode ser reflexo do início da vacinação em vários países.

No caso do Barômetro Antecedente, no entanto, a região do hemisfério ocidental seguiu caminho oposto ao das demais, apresentando a única variação negativa. Essa trajetória é explicável, de acordo com o relatório, pela “morosidade da vacinação em alguns países” e pelo “cenário crítico da pandemia no Brasil e nos Estados Unidos”.

A importância econômica da pandemia – e da vacinação – também tem sido ressaltada nas projeções elaboradas no Brasil. Um claro exemplo é o documento do Banco Safra sobre as perspectivas de 2021. “O início da vacinação contra o vírus da covid-19” – assim começa o documento – “deu confiança ao consumidor e tem-se refletido na apreciação da maioria dos ativos globais, incluindo os brasileiros.”

No caso do Brasil, pressupõe-se ampla vacinação a partir de janeiro, uma das condições para um crescimento estimado em 4,2% (para a economia global a projeção é de 5,2%). Além de aparecer em várias passagens do relatório, a vacinação é tema de um box de três páginas, um décimo da extensão do documento. Com tanta coisa escrita, é difícil dizer se chegará a ser lido pelo presidente da República.

Folha de S. Paulo

Toda informação

Jornalismo profissional caminha com livre difusão de ideias, não com bloqueios

“Produtores de conteúdo de qualidade e registro histórico como a Folha têm o desafio de fazer prevalecer os valores do jornalismo profissional na cacofonia própria do meio digital, em que informação e entretenimento, realidade e rumor, notícias e ‘notícias falsas’ tendem a se confundir e quase tudo se expressa com igual estridência, reproduzido de forma desligada do contexto original.”

O desafio foi descrito na atual edição do Projeto Editorial deste jornal, publicada há quatro anos, e submetido a teste acadêmico inédito na última campanha eleitoral.

Conduzido por cientistas políticos de universidades do Brasil e dos EUA, o trabalho chegou a conclusão alvissareira: o jornalismo profissional diminui significativamente a probabilidade de uma pessoa acreditar em fake news.

A difusão de informação confiável continua sendo o melhor antídoto ao veneno que intoxicou as democracias nos últimos anos. Só funciona, porém, em sociedades que gozam de liberdade de expressão —um valor ameaçado.

A defesa da livre circulação de ideias, o que evidentemente inclui ideias ruins, precisa ser intransigente. Não pode ocorrer segundo as conveniências de momento, como se vê mais uma vez na ação das grandes empresas de tecnologia, hoje difusoras importantes do jornalismo de qualidade.

O oligopólio bilionário age em peso agora para bloquear a comunicação do presidente dos EUA, Donald Trump, e de seus seguidores.

Não se trata mais de alertar o internauta para a falta de veracidade do que é dito. Nos dias derradeiros deste caótico governo, as big techs ficaram subitamente corajosas a ponto de congelar as contas do homem mais poderoso do mundo.

Saltam aos olhos, nesse episódio, a força oligopolista das gigantes de tecnologia, que remaram em conjunto na mesma direção, e a incoerência em relação ao que prometiam pouco tempo atrás. “Não é nosso papel interferir quando políticos falam”, afirmava o Facebook há menos de dois anos.

As empresas mostram, novamente, pequena disposição a defender valores. Resistência que é necessária, para citar outro exemplo recente, contra a intimidação descabida que o governo Jair Bolsonaro faz ao anunciar novos inquéritos contra jornalistas por causa da opinião expressada.

O poder econômico das empresas de tecnologia se converteu em poder político. É extremamente perigoso deixar que elas o usem para estrangular o debate público.

Isso não é compatível com os valores do jornalismo profissional, antídoto contra as fake news das redes sociais. Cabe ao poder público regular a ação das big techs, garantindo a livre circulação de ideias.

Valor Econômico

Reação da economia depende da energia

Projetos de lei sobre energia aguardam há tempos no Congresso

Assim como em outros setores da economia, a pandemia do novo coronavírus freou diversos aperfeiçoamentos legais e técnicos e planos de investimento que estavam em curso na energia. Houve forte volatilidade de preços. Com a interrupção quase total das atividades verificada de início, no período de isolamento social, a demanda por energia caiu e os preços mergulharam. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) constatou uma queda ao redor de 11% da demanda por energia entre o fim de março e meados de maio. O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), praticado no mercado livre, acabou despencando para pouco menos de R$ 40 o MWh nesse momento.

Com a retomada das atividades no segundo semestre, o PLD voltou a subir. O calor acima do esperado em setembro e outubro aumentou a demanda e catapultou o PLD para até R$ 300 o MWh. O presidente Jair Bolsonaro chegou a sugerir que a população apagasse as luzes e tomasse banhos mais rápidos para evitar um possível apagão. A falta de luz durante mais de 20 dias no Amapá em novembro, por três dias em Teresina (PI) e cerca de quatro horas em São Luiz (MA) confirma a suposição de que há muitas coisas erradas na área da energia.

Volatilidade não chega a ser coisa rara na energia, dada a dependência de fatores climáticos e hidrológicos. Mas as oscilações de 2020 surpreenderam até os especialistas. A CCEE esperava que o PLD ficasse ao redor de R$ 100. Para o fechamento do ano, a Câmara prevê queda de 1,5% da demanda de energia. A inadimplência naturalmente aumentou, chegando a 5,22% em novembro, bem acima da média de 3,75% de janeiro a outubro e da média mensal de 1,93% de todo o ano de 2019.

As distribuidoras de energia foram as primeiras a pedir socorro e conseguiram dos bancos um empréstimo em condições favoráveis, próximo de R$ 15 bilhões, que será repassado para as contas de luz, a chamada “conta covid”. Foi uma medida semelhante à adotada em 2014, durante período de forte restrição hídrica no governo da presidente Dilma Rousseff. A ajuda daquela época causou aumento das tarifas até 2018, mas garantiu a sustentabilidade financeira do setor.

A previsão é que a demanda volte a crescer neste ano, dependendo naturalmente do ritmo de vacinação da população e da resposta da economia. As previsões otimistas falam em aumento de 3,4% da carga. Outros esperam que somente em 2022 a carga volte aos índices mais próximos do padrão anterior à pandemia. Os mais pessimistas esperam uma normalidade apenas em 2025.

Qualquer que seja o horizonte de tempo, é preciso retomar a agenda de modernização do setor elétrico e a construção do Novo Mercado de Gás, projetos que ficaram para trás com as prioridades impostas pela pandemia. Está no Senado o Marco Legal do Setor Elétrico (PLS 232/16) que, entre outras coisas permite a portabilidade da conta de luz e dispõe sobre as concessões de geração de energia elétrica e os leilões para compra de energia elétrica.

A Nova Lei do Gás (PL 6407/13), defendida pelo ministro Paulo Guedes, que promete com ela um “choque de energia barata”, está na Câmara, depois de longo tempo no Senado. Até mesmo defensores da economia verde entendem que o Brasil não pode deixar de aproveitar o imenso potencial de gás natural do pré-sal e da Amazônia.

O gás natural é visto como combustível para as térmicas, necessárias para contrabalançar a falta de energia sazonal das fontes renováveis, sejam usinas hidrelétricas, eólicas e solares, que causam os picos de preço e déficits de oferta. Por falta de infraestrutura que viabilize o uso do gás natural dos campos do pré-sal, o país importa metade do gás natural que consome e compõe ao redor de 13% da matriz energética, e reinjeta o equivalente a seu consumo diário de gás nos poços. Sua utilização depende da existência de mais terminais para escoar o combustível até a costa, de uma rede para a distribuição do produto no interior do país e da construção de um mercado consumidor.

Ainda estão também no Congresso a Alteração de Regime de Partilha (PL 3178/19), a Lei de Concessões (PL 7063/19), o risco hidrológico (PL 3975/2019) e a polêmica privatização da Eletrobras (PL 5877/19). A agenda é intensa e deve ser encarada uma vez que a esperada recuperação da economia depende da disponibilidade de energia e de regras modernas para estimular o investimento no setor.

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