Defesa do filho do presidente da República teria sido orientada a apresentar ilegalidades na operação de auditores da Receita
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, classificou como criminosa a atuação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria produzido relatórios para ajudar a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das investigações das rachadinhas, que envolvem seu ex-assessor Queiroz.
A denúncia foi apresentada pela revista Época. A reportagem revelou que a Abin teria orientado a defesa do senador a apresentar ilegalidades na operação de auditores da Receita Federal na investigação. O GSI nega as acusações.
“Como suspeitava, a milícia tomou conta do Governo Federal e subordinou órgãos públicos, como o GSI e a ABIN, a criminosos em busca de se livrar da cadeia. A ser verdade o que mostra Época, Heleno e Ramagem atuaram como parte integrante da quadrilha comandada por Flávio Bolsonaro”, destacou Freire.
Para o ex-parlamentar, a descoberta revela que o cerco está se fechando para a família. “A operação tabajara dos dois arapongas de Bolsonaro pra fraudar a investigação contra o filho quadrilheiro mostra o desespero do presidente. Teme cedo ou tarde ser implicado no roubo milionário que por enquanto o MP atribui a Flávio e aos milicianos Queiroz e Adriano da Nóbrega”, sustentou.
O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jardim (SP), pedirá a convocação do ministro do GSI, General Augusto Heleno, para exigir explicações sobre o caso.
“É uma revelação gravíssima que nos leva a requerer a presença do ministro Heleno para que preste os devidos esclarecimentos. O Congresso Nacional precisa pôr um freio na empreitada palaciana que usa a estrutura pública para defesa de um acusado só porque este é filho da República. Nos parece uma inversão total de valores daquilo que é atribuição da Abin”, justificou Jardim.
Em sua conta no Twitter, o senador Alessandro Vieira (Cidadania/SE) pediu uma rápida apuração do caso. “A suposta atuação da Abin na defesa de interesses particulares de Flávio Bolsonaro, filho do presidente, é gravíssima e exige apuração urgente e rigorosa. Caso o PGR não se mostre a altura da responsabilidade que seu cargo exige, caberá ao Congresso tomar as providências cabíveis”, disse.