Senadora avaliou durante aprovação do relatório final da comissão mista da Covid que também faltou transparência nos dados da doença por parte do governo (Foto: William Borgmann)
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) conduziu, nesta sexta-feira (18), a reunião remota da comissão mista da Covid-19 que aprovou o relatório final do colegiado que acompanhou as medidas do governo contra a crise do coronavírus.
Vice-presidente da comissão, a senadora do Cidadania disse que a falta de coordenação do governo prejudicou o combate à Covid-19, e manifestou preocupação com o plano nacional de vacinação, especialmente em relação a questão da comunicação entre o Executivo e os estados.
“Essa falta de coordenação acabou trazendo prejuízos muito grandes para o enfrentamento da Covid no Brasil”, afirmou.
Ela lamentou a politização dos debates em torno da vacina e afirmou que nunca houve no País um questionamento tão grande em relação à importância das vacinas. Eliziane Gama reiterou que o programa de vacinação é importante para a saúde de todas as pessoas, especialmente das crianças.
“Já são mais de 180 mil mortes [por causa do novo coronavírus]. A contenção desse vírus é um grande desafio. Estamos em uma caminhada muito intensa”, salientou a parlamentar.
A senadora disse ainda que outro ponto preocupante da ação do governo na pandemia é a falta de transparência de dados.
“Os dados que foram apresentados pelo Tribunal de Contas da União sempre destacavam a falta de transparência dentre os vários pontos como, por exemplo, a taxa de ocupação de vagas nos leitos de UTI”, disse.
Ao encerrar os trabalhos após a aprovação do relatório final, Eliziane Gama agradeceu o empenho de todos os integrantes da comissão e disse que caso ocorra a extensão do estado de calamidade para 2021, as atividades do colegiado também serão prorrogadas.
Relatório
O relatório da comissão pede atenção especial para a conclusão do plano nacional de vacinação contra a Covid-19. O texto ressalta que o debate em torno da vacina deve ser pautado por informações técnicas e critica a politização do tema. Também sugere a ampliação da transparência quanto à divulgação das taxas de ocupação de leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em âmbito nacional.
A comissão destaca a necessidade de atenção ao volume de demandas eletivas de saúde, reprimidas durante a pandemia. O relatório cita um levantamento do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), segundo o qual cerca de 700 milhões de procedimentos ambulatoriais e hospitalares deixaram de ser realizados na rede pública de saúde do país por conta da pandemia. (Com informações da Agência Senado)