Freire: promoção em massa de servidores na AGU é “imoral” e “injustificável” do ponto de vista administrativo

Num contexto de crise econômica, pandemia e corte pela metade do auxílio emergencial, os procuradores que passarão ao topo da carreira receberão salário de R$ 27 mil

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, criticou duramente a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de promover, numa tacada só, 606 procuradores ao topo da carreira (uma única pessoa não foi alçada ao topo, elevando o número de promoções a 607). Num momento de crise econômica, agravada pela pandemia de Covid-19, eles passarão a receber R$ 27 mil por mês.

“Não há critério administrativo que sustente a promoção em massa, de uma só vez, de 606 servidores ao topo da carreira. Nada contra advogados da União, mas como explicam isso a quem perdeu o emprego, a quem viu o auxílio cair pra R$ 300, aos milhões que não receberam, aos que já passam fome?”, questionou em seu perfil no Twitter.

Embora possa haver critério legal para as promoções, algo que a AGU terá de esclarecer, o ex-parlamentar não vê como justificar a medida do ponto de vista da boa prática administrativa. Ele considerou a decisão, no mínimo, uma imoralidade.

“O mesmo governo Bolsonaro que cortou o auxílio emergencial pela metade promoveu de uma só vez 606 procuradores da AGU a um salário de R$ 27 mil. Sem justificativa sem critério. Uma imoralidade, um acinte, pra não dizer corrupção pura e simples. Reforma? Já virou esculhambação”, argumentou.

Freire vê dificuldade para a agenda econômica do governo diante do verdadeiro “trem da alegria” na AGU, afinal, como falar em crise se há recursos para aumentos da elite do funcionalismo? Ele citou como exemplo o mantra do ministro Paulo Guedes sobre uma nova CPMF, seja com que nome for. “AGU promove e aumenta advogado. CPMF pra isso? Desculpem, não dá”, rechaçou.

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