O poeta nasceu em São Luís, com o nome de José Ribamar Ferreira, em 10 de setembro de 1930 (Foto: Reprodução/Internet)
O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) registrou na sessão remota do Senado os 90 anos de nascimento de Ferreira Gullar nesta quinta-feira (10). Escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista, membro da Academia Brasileira de Letras, o poeta foi um dos fundadores do neoconcretismo. Ferreira Gullar nasceu em São Luís, com o nome de José Ribamar Ferreira.
“Se vivo estivesse, Ferreira Gullar completaria 90 anos. Em homenagem a esse ser humano raro, com quem eu tive a oportunidade de conviver, entre tantos outros, desde o Poetinha [Vinícius de Moraes], eu queria aqui rapidamente lembrar: Uma parte de mim é todo mundo; /outra parte é ninguém: fundo sem fundo./ Uma parte de mim é multidão;/ outra parte, estranheza e solidão./ Uma parte de mim pesa, pondera;/ outra parte delira./ Uma parte de mim almoça e janta;/ outra parte se espanta./ Uma parte de mim é só vertigem;/ outra parte, linguagem./ Traduzir-se uma parte na outra parte — que é uma questãode vida ou morte — será arte? [dizia Gullar e canta [Raimundo]Fagner: será arte?]”, disse ao citar a letra da música ‘Traduzir-se’ do poeta.
Ferreira Gullar foi militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Exilado pela ditadura militar, viveu na União Soviética, na Argentina e Chile. Foi autor de 30 livros, exerceu jornalismo, locução radiofônica, e fez biografias. Suas poesias ganharam dimensão popular em outras músicas interpretadas por Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Marisa Montes.
O poeta morreu em 4 de dezembro de 2016, no Rio de Janeiro, em decorrência de problemas respiratórios. Gullar ocupava a trigésima sétima cadeira da ABL.