Com apenas 20 anos, o estudante João Viana, um dos mais jovens candidatos do Cidadania nas eleições de novembro, foi destaque em reportagem do jornal O Estado de São Paulo desta segunda-feira (28). O texto aborda a chegada da chamada geração Z (nascidos após 1995) às urnas como candidatos.
“A gente pensa que o jovem é o futuro, mas o futuro se faz agora. O jovem é o presente”, diz ele, que disputará um mandato de vereador em São Bernardo do Campo, São Paulo.
Integrante do movimento cívico Acredito e formado na escola de renovação política RenovaBR, João Viana foca nas redes sociais e no voto jovem para alcançar o sonho de ser o mais jovem vereador da cidade. No Instagram, criou um projeto para mostrar o funcionamento da Câmara Municipal de São Bernardo chamado João e Câmara Secreta, uma referência ao universo de fantasia dos livros de Harry Potter, um imenso sucesso não apenas entre a geração Z.
Nas redes, ele conta que a ideia surgiu em 2018, quando ia à Câmara pra “aprender um pouco mais sobre a politica municipal, o que um vereador pode ou não fazer”.
“Mas o que aconteceu foi que eu cheguei lá e não me senti representado por nenhum dos vereadores. Pior do que isso, eu não me senti representado por nenhuma das práticas que havia lá dentro. Foi aí que eu decidi que eu queria mudar essa realidade”, avalia.
Para ele, a candidatura representa um passo na direção de aproximar “representantes e representados” e renovar as práticas políticas a partir de novas ideias. “Nas eleições de 2016, São Bernardo teve mais de 700 candidatos e só um deles tinha 20 anos de idade. A juventude está preparada pra assumir seu compromisso com o futuro. Mas isso não vai acontecer enquanto o vereador mais jovem da cidade tiver por volta de 40 anos”, observa.
“Não basta a gente reclamar da ineficiência dos políticos. A saída para os problemas das cidades, dos estados e do nosso país é pela política. Precisamos agir para eleger políticos que realmente sejam competentes e tenham compromisso com uma política cada vez mais conectada com as pessoas”, completa.
Acredito
João conta que no início discutia política e debatia a cidade nas redes, mas sentiu necessidade de transformar o ativismo digital em “ação política de fato”. Foi quando entrou no Acredito e começou a militar, inclusive cobrando os vereadores por redução na tarifa de ônibus, que sofreu aumentos em 2018 e 2019.
Mais recentemente se engajou na cobrança pela redução dos salários dos vereadores a fim de custear ações de combate à pandemia de Covid-19. Defende, ainda, quebra de privilégios de políticos, a conexão entre universidades e a Câmara de Vereadores, educação política para cidadãos comuns e ações como o IPTU Verde, que incentiva a adoção de práticas sustentáveis, como energia solar, por meio de descontos no imposto.
Sobre o Cidadania, ele diz que escolheu o partido pelo compromisso da legenda com a renovação política. “A boa política deve conter tanto o diálogo quanto a abertura pra renovação. E, no Cidadania, a gente vê desde o seu estatuto uma preocupação em equilibrar pautas sociais e pautas econômicas. Não tem como a gente pensar a economia sem pensar nas pessoas. São pautas complementares e não excludentes”, aponta.
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Forjada na instabilidade política, Geração Z estreia em eleições no Brasil