O “estou aqui” do apresentador Luciano Huck, ao responder se teria coragem de se candidatar à Presidência da República, continuou repercutindo na imprensa e tracionando nas redes. A declaração, uma das mais claras sobre sua disposição de se lançar, foi feita na Associação Comercial de São Paulo em reunião na segunda-feira (22). A jornalista Vera Rosa, colunista do Estadão, diz hoje (23) que, “com uma plataforma econômica sob medida para agradar de liberais a setores da centro-esquerda”, Huck “tem conquistado apoios desde 2018”.
Entre eles, cita o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e destaca elogios do sociólogo Paulo Delgado, ex-PT, que integra a Associação, para quem, o empresário lhe pareceu “sincero, curioso e com conteúdo”. Curioso, aliás, é como Huck se define no Twitter, uma das redes sociais em que vem sendo cada vez mais ativo, comentando e se posicionando sobre acontecimentos importantes do dia a dia dos brasileiros, inclusive com críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro.
“Liderar é apontar soluções. É ter capacidade de atrair. É covardia culpar índios e caboclos pelo caos resultante da descoordenação ambiental do país. E não é verdade que o Brasil ultimamente tem atraído investimentos estrangeiros. O próprio Banco Central mostra o contrário”, afirmou ele, sobre o discurso de Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas. Ele também disse considerar “falso o litígio entre produção e preservação”, um “delírio negar a urgência climática” e pediu união entre agro e ativismo ambiental”.
Na coluna, Vera Rosa opõe o “Estou aqui” de Huck ao “E daí” de Bolsonaro diante da pandemia de Covid-19, que já matou quase 140 mil brasileiros. Quando se colocou à disposição na Associação Comercial, Huck se colocou como líder. “Quero mobilizar, liderar, fomentar uma geração para que a gente participe ativamente das transformações de que o Brasil precisa. Ninguém vai entregar isso de graça para a gente”, declarou.
Ao mesmo tempo, mostrou simplicidade e abertura ao diálogo, ao reconhecer que estava ali tratando de “temas que não são óbvios” para ele e com estômago “pra ouvir opiniões diversas” e “estar em cena num momento tão delicado do País”. Ao Estadão, Roberto Freire, presidente do Cidadania, que trabalha pela filiação de Huck, disse que esse é o momento para o apresentador fazer isso. “Agora é a hora em que ele está reivindicando protagonismo, debatendo e propondo soluções para o país”, avaliou.
Leia aqui a coluna da jornalista Vera Rosa no jornal o Estado de São Paulo
Leia aqui a matéria do Estadão sobre a agenda de Huck na Associação Comercial Paulista