Roberto Freire condena ataques de bolsonaristas e fundamentalistas ligados a Damares à criança vítima de estupro

Para presidente do Cidadania, é preciso cobrar punição para o estuprador, que está foragido, e investigar como nome, foto e dados clínicos da menina foram parar na mão dos extremistas

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, condenou nesta segunda-feira (17) os ataques de fundamentalistas ligados à ministra Damares Alves, que deveria responder no governo por ações a favor da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, à criança de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio desde os 6 anos de idade.

“Fundamentalistas religiosos ligados a Damares, muitos remunerados por seu ministério, continuam sem falar do estuprador pedófilo. Eles preferem atacar a dignidade da criança de 10 anos que foi violentada e cuja gravidez colocava sua vida em risco. Quem vazou seus dados? E o pedófilo, não cobrarão a prisão do criminoso?”, censurou Freire, que vem apontando, em seu perfil no Twitter, a gravidade da atuação e a leniência de bolsonaristas diante do crime.

A menina, que mora no Espírito Santo, teve de viajar para Pernambuco a fim de interromper legalmente a gestação, o que Freire também considerou grave. “A omissão e a desumanidade do Hospital das Clínicas capixaba impôs sofrimento adicional à criança. Nem mesmo tentaram encontrar quem pudesse fazer o procedimento no estado, obrigando a vítima a buscar socorro a quilômetros de distância”, lamentou.

Conforme registra o presidente do Cidadania, extremistas como Sara Giromini, que já foi funcionária de Damares no ministério, divulgaram nome, foto e dados clínicos da criança, do médico responsável pelo procedimento e o endereço do hospital onde ele seria realizado. Muitos ficaram na porta da unidade de saúde gritando ofensas contra a vítima, que já enfrentava a dor da violência praticada por quem deveria denfendê-la.

Em defesa da vítima

Freire criticou os “arruaceiros” e cobrou que o Ministério Público Federal exerça seu papel e atue no caso para defender os direitos da criança e as determinações legais.

“Vamos dar nome aos bois. Quem foi para a porta do hospital atormentar a família e explorar politicamente a dor da criança estuprada pelo tio é defensor de pedofilia e abuso infantil. Esqueceram o estuprador. Inacreditável haver propósito divino na violência. Desde 1940, a lei permite o aborto em casos de estupro e risco de morte da mãe. E a Constituição confere competência ao MP pra defender direitos e interesses difusos da cidadania”, apontou.

Ele lamentou, ainda, que deputados por Pernambuco, seu estado, estivessem entre os exploradores políticos do caso e elogiou a atuação das mulheres pernambucanas que foram ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) defender a vida da vítima.

“Bolsonaristas, seguidores do mito, as damares, saras, deputados joeis colocam em marcha um projeto que é contra a mulher e a favor do estupro e da violência infantil. Em vez de respeitar a lei, queriam perpetuar o sofrimento que o estuprador impôs a uma criança por longos 4 anos. Parabéns às dignas mulheres que a defenderam, ao CISAM, em especial o diretor e sua equipe, que cuidaram da lei e, mais importante, da vida de uma criança de 10 anos”, finalizou.

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