Eliziane Gama defende população indígena e repudia ações de Bolsonaro contra os povos da floresta

‘É muito notável que nós tenhamos a posição expressa pelo presidente da República de não atenção aos povos indígenas’, diz a senadora (Foto: Reprodução/Internet)

A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), fez uma veemente defesa da população indígena brasileira na audiência virtual da comissão mista da Covid-19, nesta quinta-feira (06), criticou a política de desmonte do governo federal para o setor e os ataques do presidente Jair Bolsonaro aos chamados povos da floresta.

“A situação dos povos indígenas no Brasil é muito grave. É muito notável que nós tenhamos a posição expressa pelo presidente da República de não atenção aos povos indígenas. Aliás, não apenas durante seu governo, mas desde o primeiro momento da sua caminhada de vida, na campanha eleitoral e muito antes, fez declarações notadamente de ódio e claramente contra os povos indígenas do Brasil”, disse, ao citar pronunciamento de quando Bolsonaro era deputado que tinha pena da cavalaria brasileira por não ter a mesma eficiência da norte-americana na eliminação e no extermínio dos povos indígenas.

Segunda a senadora, a ‘reflexão’ sobre o posicionamento do presidente é importante porque os indígenas estão enfrentando uma situação ainda mais grave com a pandemia do novo coronavírus.

“Quando a gente fala, por exemplo, da taxa de letalidade [pela Covid-19] – a gente vê os dados apresentados pelo governo, de pouco mais de 200 mortes, e os dados apresentados pela Apib [Articulação dos Povos Indígenas do Brasil], de mais de 600, precisamente 639 mortes – é muito bom lembrar que o índio, esteja ele em uma terra homologada ou esteja ele fora da terra homologada, é índio”, disse.

Para Eliziane Gama, o governo deveria leva em consideração a taxa de letalidade da doença apurada pela Apib para as ações de proteção à população indígena porque o índice é de 150%, ou seja, mais do que o dobro do percentual da população brasileira.

Ela voltou a criticar Bolsonaro pelo veto ao projeto aprovado no Congresso Nacional que destinava material de higiêne e respiradores para os povos indígenas no plano especial emergencial às comunidades indígenas.

“Nós temos uma decisão do Supremo Tribunal Federal obrigando o governo federal a fazer a reformulação do seu plano, que tem falhas, aliás, apresentada inicialmente pelo Ministério Público Federal. Nós temos hoje as autoridades dos dois demais Poderes – o Legislativo e o Judiciário – falando para o Executivo que ele precisa mudar a sua política de proteção aos povos indígenas, o que, inclusive, está preconizado na Constituição Federal”, lembra a parlamentar.

Povos isolados

A senadora também chamou atenção na audiência virtual da comissão da Covid-19 para a necessidade de cuidados especiais com o povos isolados da floresta durante a pandemia.

“O acesso de grileiros, de garimpeiros nessas terras é vital para que a doença chegue lá e, infelizmente, possa dizimar comunidades inteiras, porque nós temos hoje mais de 140 povos atacados por esse vírus e que, ao final, pela sua situação de imunidade, por não ter anticorpos suficientes, vão a óbito. A realidade é dura é o governo Federal precisa ter essa compreensão”, cobrou Eliziane Gama.

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