Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (07/07/2020)

MANCHETES

O Globo

Com febre, Bolsonaro faz novo teste para Covid-19
Vendas indicam recuperação em junho
Presidente sanciona MP 936, mas veta desoneração da folha
MPF vai à Justiça para pedir o afastamento de Salles
Vazio na sala de aula
Perícia conclui que curto causou o incêndio no Museu Nacional
Caso João Pedro: policiais atiraram de helicóptero
EUA revogarão vistos para quem tem aula on-line
Bares: Crivella quer polícia na fiscalização

O Estado de S. Paulo

Evasão de alunos cresce 32% em universidades particulares
Bolsonaro faz teste para covid e exame dos pulmões
Teste de vacina chinesa deve ter início no dia 20
Agronegócio faz Centro-Oeste sentir menos os efeitos da crise econômica
Ação contra o desmatamento usa 0,7% da verba
90% das medidas contra covid são do Congresso
Crise na aviação causa demissões na Azul
Movimento tímido na volta
Adeus ao maestro do cinema

Folha de S. Paulo

Óbitos em casa sobem 53% em quatro capitais do país
Quando as informações são sigilosas, há regras, diz Deltan
Bolsonaro faz teste de Covid-19 após sentir sintomas leves
Imunidade parece inatingível, mostra estudo na Espanha
Pescadores do Rio Grande do Norte sofrem sem renda e com coronavírus
Vaivém do STF trava ação contra ‘quadrilhão do PP’
Prorrogação de desoneração da folha é vetada
Na capital, bares e restaurantes têm movimento fraco
Com Covid-19, prefeito de Manaus é transferido para o Sírio-Libanês
Em teste, máscara mais barata se sai melhor que as de maior espessura
PF descarta crime ou omissão no incêndio do Museu Nacional
Eventual eleição de Biden nos EUA preocupa Planalto
Trump promete proteger estátua do Cristo Redentor

Valor Econômico

CEOs vão a Mourão pedir combate a desmatamento
Companhias voltam a captar no exterior
Classe média forte sustenta a democracia
Pandemia e desigualdade
Acordo Smiles-Gol desagrada minoritários
Teste rápido de covid-19 é pouco eficaz
5,6 milhões de crianças fora da miséria

EDITORIAIS

O Globo

Igrejas na política exigem atenção da Justiça Eleitoral

Em julgamento, ministro Edson Fachin propõe o exame do abuso de poder de autoridade religiosa

A separação entre Igreja e Estado, conquista da Revolução Francesa em 1789, está na Primeira Emenda da Constituição americana, de 1791, e entrou na Constituição brasileira de 1891, que construiu as bases republicanas no país após a derrubada da Monarquia. Porém, é tema atual, com o avanço de igrejas evangélicas na política.

Na chegada do presidente Bolsonaro ao Planalto, ramificações evangélicas passaram a ter mais acesso ao poder. O próprio presidente promete usar o critério religioso na escolha de dois nomes que, devido à aposentadoria compulsória de ministros do Supremo, indicará ao Senado, para que tenham assento no plenário da Corte.

Nesse momento, veremos como os senadores se comportarão na sabatina que precisam fazer dos indicados ao STF, considerando-se os preceitos constitucionais republicanos da laicidade do Estado e de sua separação das religiões.

Em julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de recurso em processo de cassação de uma vereadora de Luziânia, Goiás, pastora, o ministro Edson Fachin, também do Supremo, não considerou haver provas suficientes para a retirada do mandato dela, mas tratou de maneira pertinente a questão da influência religiosa na política, referindo-se a experiências em outros países e também com base no que estabelece a legislação brasileira.

Em seu voto, Fachin defendeu que “a imposição de limites às atividades eclesiásticas representa uma medida necessária à proteção da liberdade de voto e da própria legitimidade do processo eleitoral, dada a ascendência incorporada pelos expoentes das igrejas em setores específicos da comunidade”. O ministro afirma ser preciso impedir qualquer coação moral e espiritual, “para garantir a plena liberdade de consciência dos protagonistas do pleito”.

É visível a crescente influência de correntes religiosas a cada pleito, demonstrada pela constante busca de apoio em igrejas por parte de candidatos. A formação de bancadas religiosas no Legislativo de alguma maneira condiciona o debate político, o que é legítimo, desde que agendas e funções do Estado não sejam contaminadas por dogmas e crenças religiosas. Nenhum tribunal poderá substituir leis e a Carta como única referência na mediação de conflitos e punição de crimes.

O ministro Edson Fachin faz uma proposta objetiva, diante de todo este quadro: que nas eleições deste ano passe a ser feito na Justiça Eleitoral o exame jurídico do “abuso de poder de autoridade religiosa”. Entre citações de autores, Fachin destaca que o princípio da liberdade de escolha por parte do eleitor e da preservação de igualdade entre os candidatos tem a ver com o enquadramento de pessoas ou entidades que possam exercer influência sobre o eleitorado, caso de religiosos e suas organizações. Este debate precisa ser ampliado no Brasil.

O Estado de S. Paulo

Verdades incompletas

O trabalho da ministra da Agricultura tem sido essencial para a superação de problemas criados pela irresponsabilidade do presidente e de alguns ministros

“O agronegócio não precisa da Amazônia”, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em mais uma resposta a quem culpa o setor pela devastação da maior floresta tropical do mundo. A defesa é correta, assim como a observação sobre os interesses comerciais – e sobretudo protecionistas – de muitos desses acusadores. A ministra, além disso, cumpre seu papel ao defender juros mais baixos, numa resposta indireta a comentários de banqueiros sobre a política ambiental. Sua fala seria mais completa, no entanto, se três fatos fossem reconhecidos: as queimadas têm aumentado, a orientação oficial favorece a destruição e o grande promotor dessa política é o presidente da República.

Seria enorme surpresa, é claro, o reconhecimento desses fatos numa entrevista ou numa declaração pública, exceto se a ministra estivesse disposta a sair do governo. Mas ela mostra interesse em permanecer e continuar seu trabalho. Melhor para o País. O Ministério da Agricultura tem sido, como já se observou, uma ilha de seriedade num arquipélago de incompetência, despreparo, ignorância dos interesses de Estado e politicagem rasteira.

A ministra sabe disso, naturalmente. Não precisaria estar na vergonhosa reunião de 22 de abril para conhecer as aberrações em vigor no Ministério do Meio Ambiente. Antes de conhecer a declaração do ministro Ricardo Salles sobre aproveitar a pandemia para “passar a boiada”, o mundo todo sabia, ou podia saber, do afrouxamento da proteção ambiental, da interferência na fiscalização e do abandono de grupos indígenas à violência de invasores.

Essa política é desastrosa para o ambiente e também para os direitos humanos em seu nível mais elementar. A proteção desses direitos também foi cobrada na carta enviada por 29 grupos investidores a embaixadas brasileiras. Vidas de índios importam, poderiam ter escrito os autores da carta, confrontando o ex-ministro da Educação, contrário a expressões como “povos indígenas”.

A ministra tem razão quando aponta motivações comerciais no debate sobre a política ambiental brasileira. Não se trata só disso, mas é claro o envolvimento de grupos protecionistas, especialmente na Europa. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, é o grande fornecedor de argumentos ao protecionismo europeu – ajudado com eficiência pelos ministros do Meio Ambiente e de Relações Exteriores.

O presidente fala em desinformação e menciona uma possível campanha de propaganda para esclarecer o mundo. Mas será facílimo responder a qualquer campanha com gravações do presidente, de seus ministros e da humilhante reunião de 22 de abril. Além disso, informações de satélite sobre a Amazônia são acessíveis em todo o mundo. O presidente pode contestá-las, como já contestou, mas ciência e tecnologia, desprezadas no Palácio do Planalto, são levadas a sério em outros países.

Ciência e tecnologia, aplicadas com seriedade e competência, transformaram o Brasil num dos maiores produtores de alimentos e de matérias-primas de origem agropecuária. Desde os anos 1980 as colheitas cresceram muito mais que a área plantada, graças aos ganhos de produção por hectare nas lavouras de soja, milho, arroz, feijão, algodão, amendoim e trigo, entre outras. Também houve grandes ganhos de produtividade nos cultivos de café, açúcar, mandioca e frutas. Tudo isso ocorreu graças à pesquisa e à melhora das práticas de uso e de conservação de solos. O agronegócio conquistador de mercados modernizou-se, nas últimas décadas, sem precisar da Floresta Amazônica. Na atual safra de grãos e oleaginosas, estimada em 250,5 milhões de toneladas, a contribuição da Região Norte é de 11,2 milhões e a do Estado do Amazonas, de 41,7 mil.

Graças à sua eficiência, o agronegócio continua exportando vigorosamente e sustentando o superávit brasileiro no comércio de bens. O trabalho diplomático da ministra da Agricultura tem sido essencial para a superação de problemas criados pela irresponsabilidade ambiental do presidente e pelas grosserias de ministros contra parceiros importantes, incluída a China.

Folha de S. Paulo

Suspeitas familiares

Trocas salariais no gabinete de Bolsonaro quando deputado evocam caso de Flávio

Durante 28 anos, de 1991 a 2018, o presidente Jair Bolsonaro exerceu mandatos de deputado federal pelo Rio de Janeiro. Foi uma trajetória que se caracterizou por escassa atividade legislativa, falta de articulação política e alguns arroubos em defesa de teses autoritárias.

Até que uma conjunção excepcional de fatores o levasse a despontar como candidato competitivo ao Palácio do Planalto, Bolsonaro foi um típico representante do chamado baixo clero parlamentar, aquela fatia de representantes voltada para interesses miúdos e não raro envolvida em fisiologia escancarada —ou coisa pior.

Reportagem da Folha apontou sinais chamativos de que o atual chefe de Estado geria seu gabinete de modo um tanto heterodoxo. Análise de documentos relativos ao período que passou em Brasília mostrou intensa e surpreendente rotatividade salarial de cerca de um terço dos mais de 100 assessores que por ali passaram.

Observaram-se também intrigantes exonerações de auxiliares seguidas de recontratações. De um dia para outro, assessores viam seus salários serem dobrados, triplicados e até quadruplicados —e em pouco tempo eram reduzidos a menos da metade.

Na ausência de justificativas razoáveis, tais manobras levaram oposicionistas a apontarem suspeitas de apropriação ilícita de verbas à disposição dos congressistas —ainda porque o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, é investigado por suposta prática de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio.

Nove dos assessores que tiveram sigilo bancário quebrado pela Justiça na investigação em curso foram anteriormente lotados no gabinete do pai na Câmara. Ao menos seis deles estão entre os que passaram por seguidas oscilações em seus vencimentos.

Caso revelador é o de Marselle Lopes Marques, que trabalhou entre 2004 e 2005 no gabinete de Jair Bolsonaro. Começou com salário de R$ 261 e após três meses já fazia jus ao dobro da remuneração; em um ano, recebia um contracheque de R$ 6.011. Três meses depois, perdeu 90% desse valor.

Marselle é filha do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ora preso. Ela foi posteriormente lotada no gabinete de Flávio, no Rio, e é uma das investigadas no esquema da Assembleia fluminense.

São muitas conexões para que possam ser aceitas como simples coincidências. Cabe questionar se Bolsonaro, de discurso moralista já bastante desmoralizado, saberia explicar e defender o que ocorria em seu gabinete de deputado.​

Valor Econômico

Apesar de sinais otimistas, recuperação será lenta

O consumo privado, enfraquecido, não sustentará uma retomada forte

Indicadores divulgados nos últimos dias sinalizam que a economia começa a se recuperar e pode não ter afundado tanto quanto chegou a ser estimado. Um deles foi o crescimento de 7% da indústria em maio em comparação com abril. Foi a maior alta desde junho de 2018, quando terminou a greve dos caminhoneiros. Os números reforçam a avaliação de que abril foi o fundo do poço. Puxaram o resultado o salto de 244% da produção de veículos, de 16,2% dos derivados de petróleo e de 65,5% de bebidas. O Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV) também foi positivo em maio. O índice cresceu 4,2% em comparação com abril, a maior alta desde janeiro de 1991.

No entanto, nem de longe a expansão industrial de maio compensou a perda de 26,3% acumulada em março e abril. Segundo o IBGE, a indústria está produzindo 21,1% a menos do que em fevereiro, antes das medidas de isolamento social. Somente entre março e abril a produção de bens duráveis teve queda de 84,2%. Da mesma forma, a reação do PIB registrada pela FGV só compensa parcialmente as pesadas perdas nos dois meses anteriores, de 5,1% em março e de 9,1% em abril.

O que está deixando um grupo de economistas especialmente otimista são alguns indicadores não tradicionais, considerados antecipadores de tendência. Entre eles estão as vendas de varejo detectadas por credenciadora de cartões, a percepção dos gerentes de compra, o consumo de energia e o aumento da mobilidade das pessoas. Outro exemplo é o crescimento de 15,6% das vendas em junho em comparação com maio, constatada pela Receita a partir do registro de notas fiscais, divulgada ontem. O economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, escreveu no Valor (2/7) que fontes alternativas de informações adquiriram importância dada as limitações impostas pela pandemia para a elaboração de pesquisas tradicionais, e não apenas no Brasil.

Faz parte do grupo ainda minoritário dos otimistas o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, baseado em dados como energia, tráfego, arrecadação e volume de TEDs, assegurou a melhoria do nível de atividades em junho, sustentando que a “primeira parte dessa recuperação foi em V”. Ele repetiu assim a previsão de uma reação em V, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia feito em abril, quando foi alvo de duras críticas.

Os sinais positivos estão levando a uma revisão das projeções para o PIB do ano. O próprio BC trabalha com uma retração de 6,4%, inferior ao estimado por organismos internacionais, que varia de queda de 6% a 7,4% da OCDE a 8,1% do Banco Mundial e 9,1% do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mário Mesquita escreveu que, se a contração do segundo trimestre, apesar de significativa, for realmente menos intensa do que se previu, o resultado do ano será mais moderado, com queda entre 4% e 5%, dependendo de “um não recrudescimento da pandemia no segundo semestre do ano”.

Não só a evolução da pandemia do novo coronavírus e a falta de uma política nacional de enfrentamento da doença colocam em dúvida as projeções mais otimistas. Há a preocupação com a saúde das empresas dada a persistência da crise; e, principalmente, com o mercado de trabalho, cujo fundo do poço parece estar mais embaixo.

Também em relação ao mercado de trabalho as informações tradicionalmente acompanhadas não refletem toda a realidade. Levantamento mais recente do IBGE mostrou que a taxa de desemprego ficou em 12,9% no trimestre encerrado em maio, em comparação com 12,3% de abril. Os informais foram especialmente afetados. Outros números mostram um quadro mais conturbado. Houve uma redução de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, sendo cerca de 2,5 milhões com carteira de trabalho assinada, entre maio e março, quando se compara a igual período de 2019.

Do total de 173,6 milhões de pessoas em idade de trabalhar (todos os maiores de 14 anos, incluindo desalentados, estudantes e donas de casa), há mais gente fora do mercado, 50,5% do que trabalhando, pela primeira vez na série história iniciada em 2012. Dados do IBGE mostram que 18,16 milhões de pessoas gostariam de trabalhar, mas não procuravam oportunidades por causa da pandemia ou devido à falta de vagas.

Mesmo com a prorrogação, o auxílio emergencial não vai compensar a perda de renda população. O consumo privado, que vinha impulsionando o PIB, não contará como sustentação, tornando lenta a recuperação.

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