Para o presidente nacional do Cidadania, Bolsonaro pode estar agindo não para proteger os filhos, mas para se livrar de responsabilidade sobre o caso
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou nesta quinta-feira (9) que as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre rachadinhas apontam para um esquema familiar de desvio de recursos públicos por parte da família Bolsonaro. Segundo reportagem de hoje do jornal Folha de S.Paulo, quatro ex-assessores de Carlos Bolsonaro também foram assessores do irmão Flavio Bolsonaro e tiveram seus sigilos bancários e fiscais quebrados no inquérito que tem o senador como alvo.
“Sejamos claros: o esquema das rachadinhas – desvio de dinheiro público para enriquecimento ilícito – era organizado em família, apontam as apurações, e, como tal, só poderia ter um líder. Quem sabe o desespero de Bolsonaro não é pra salvar os filhos, mas pra livrar a própria cara”, apontou Freire, ao ressaltar que também há suspeitas relativas à movimentação de pessoal no gabinete do presidente Jair Bolsonaro quando este era deputado federal.
Fake news e risco Salles
Em seu perfil no Twitter, o presidente do Cidadania também comentou a revelação de que o Facebook derrubou páginas usadas por assessores de Carlos e Flávio, além de servidores do Palácio do Planalto, para disseminar fake news e desinformação até mesmo sobre a pandemia do novo coronavírus. A investigação da rede social descobriu que também um assessor do presidente Jair Bolsonaro administrava perfis falsos na rede com o mesmo objetivo.
“TSE e STF têm de pedir ao Facebook as provas que ligam Flávio, Carlos e servidores do Planalto a páginas que espalham fake news e ódio desde a eleição de 2018. Crime eleitoral e corrupção. O cerco se fecha. Quem paga? De duas, uma: cassação da chapa ou impeachment de Bolsonaro”, alertou o ex-parlamentar”, cobrou o ex-parlarmantar, lembrando que a Corte Eleitoral investiga as contas de campanha do presidente e o Supremo, o esquema de fake news ligado a ele.
Freire ainda usou o Twitter para condenar a gestão de Ricardo Salles à frente do Ministério do Meio Ambiente. Sob condução desastrosa de Salles, o país viu crescer o desmantamento e os incêndios florestais e passou a ser cobrado por ambientalistas, investidores internacionais e outros países com os quais o Brasil negocia acordos comerciais. Salles, na opinião de do presidente do Cidadania, está comprometendo a credibilidade do país.
“Lá fora, grupos responsáveis por trilhões de dólares alertam o Brasil pro risco de boicote aos nossos produtos em razão do desmatamento. Aqui dentro, Movimento Tchau, Salles pede a saída do ministro do Meio Ambiente em apoio ao MP. Salles é custo-Brasil, Salles é risco-país”, analisou. Para o Ministério Público, que pediu seu afastamento, o ministro desestruturou as políticas ambientais e esvaziou preceitos legais para favorecer interesses sem relação com a pasta que ocupa.