Freire defende impeachment de Bolsonaro para frear ameaça autoritária e tragédia sanitária e humana

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, analisou os avanços da democracia desde a Constituição de 1988, neste sábado (18), durante debate do movimento Direitos Já. Para ele, este é um valor fundamental, uma conquista da redemocratização e do fim da ditadura, entendimento que espelha o da população, segundo pesquisa DataFolha: 75% concordam que a democracia é a melhor forma de governo. 

“Isso talvez explique não termos perdido as liberdades do país por toda tentativa que vem sendo feita pelo Bolsonaro no poder. Ele continua sendo o retrocesso e irresponsabilidade, inclusive no enfrentamento da grande tragédia que os brasileiros e toda a humanidade estão sofrendo por conta da pandemia”, afirmou.

“A democracia política e a liberdade, mesmo com os problemas da desigualdade e das injustiças, foram conquistadas na Constituição de 1988. Não tivemos na nossa história um período tão longo de processo político de respeito às liberdades, de exercício democrático, de eleições livres, como tivemos nesses anos de 88 até agora”, completou.

Segundo Freire, essa conquista está ameaçada pelo governo Bolsonaro, que é uma amostra do que seria sua gestão caso houvesse ruptura institucional. Na avaliação do ex-parlamentar, o presidente pensa que regime importante foi aquele da ditadura militar, que “não tem nenhum compromisso com a razão e com a ciência e, sim, com o obscurantismo, com o retrocesso”.

Impeachment

Diante de tal ameaça autoritária, a saída, argumentou ele, é o impeachment, “instrumento democrático e constitucional”. O afastamento de Bolsonaro também é um imperativo diante da gestão negligente da pandemia de Covid-19, para a qual não há política de combate do atual governo em razão do “negacionismo” do presidente, apontou. 

O ex-parlamentar voltou a frisar a necessidade de se formar uma frente ampla com setores que não sejam somente de esquerda a fim de, se preciso, “chegar às últimas consequências do ponto de vista constitucional e aplicar o impeachment”.

“O que deve nos unir é o seu desrespeito à Constituição, seu negacionismo, sua repulsa à ciência e sua indignidade em não ter a mínima solidariedade com a família brasileira. É necessário que outros partidos se integrem a esse esforço, sem vetos, buscando até mesmo dissidentes desse governo”, propôs.

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