Em encontro virtual, Carmen projeta cenário promissor para mulheres do Cidadania-SC em novembro

“Nós somos melhores ou tão qualificadas quanto os homens com quem dividimos os espaços. Mas, pra chegar lá, a gente precisa se imaginar lá“, diz

Em encontro com pré-candidatas do Cidadania em Santa Catarina, a presidente do partido no Estado, deputada Carmen Zanotto, defendeu a necessidade de respeitar o isolamento social, ainda na pré-campanha, e pediu que as mulheres deem o exemplo nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus durante o processo eleitoral. Carmen também falou dos desafios que a doença vai impor à busca do voto.

“Na nossa região serrana, ouvi por muito tempo, até três semanas atrás, que era exagero porque o serrano é forte e isso não ia chegar. Lamentavelmente, muitos não acreditaram. Hoje, perdemos um médico [Jonas Lehmkuhl] que estava na linha de frente. Conheço a gravidade. Fui relatora da lei de emergência sanitária internacional”, explicou Zanotto, que é relatora da Comissão Externa da Câmara dos Deputados de Enfrentamento da Covid-19.

Para a pré-candidata do Cidadania à Prefeitura de Lages, será preciso se reinventar nessa disputa, mas ela pediu que as mulheres aceitem o desafio. “Nós somos melhores ou tão qualificadas quanto os homens com quem dividimos os espaços. Mas, pra chegar lá, a gente precisa se imaginar lá. Se imaginem na Câmara, na prefeitura do seu município e, uma vez lá, o que vocês querem fazer. Podemos, queremos e vamos fazer a diferença”, disse.

Ao lembrar que há mais pré-candidaturas femininas do que masculinas no Cidadania estadual, Zanotto propôs que as mulheres façam “planos de governo do que é possível, mas pra cuidar das pessoas” e pontuou que não existe dicotomia entre técnico e político. “Eu não tive formação política. Tive formação da vida de que o bom técnico também está acompanhado do bom político. Não tem bom político se não tiver uma boa formação técnica”, observou.

Pré-candidata do Cidadania à Prefeitura de Painel, a médica Rúbia Durante, que trabalhava no Mais Médicos, disse ter aceitado o desafios por “acreditar na política como ferramenta de transformação social”. “Acredito na boa política. Nem velha, nem nova, mas na boa política. Quando uma mulher entra na política muda a mulher, mas, quando várias mulheres entram na política, muda a política”, afirmou ao citar frase da ex-presidente do Chile Michele Bachelet.

Ela também pediu que a população confie e respeite as recomendações das autoridades sanitárias e defendeu que a cidade adote medidas mais rigorosas contra a Covid-19. “Não tem tratamento efetivo, só isolamento e prevenção podem controlar o vírus. É preciso consciência e empatia. Tive um primo há dois meses, 37 anos, sem comorbidade, que morreu em 25 dias de UTI. Tenho um tio em UTI. Cuide-se e cuide de seus familiares”, aconselhou, emocionada.

A pré-candidata do partido à Prefeitura de Joinville, Tânia Eberhardt, ex-secretária estadual de Saúde, argumentou que a cidade, campeã de mortalidade no estado e sofrendo com o desemprego, enfrenta as consequências de um mau governo. “Não tem política nova ou velha, o que tem é político sério e político que não é sério. Você tem uma bandeira até assumir aquela função, a partir da eleição você passa a ter um compromisso com todos os cidadãos daquela cidade”, apontou.

O presidente Nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou, durante o encontro virtual, que a luta pela participação das mulheres na política tem de ser de toda a sociedade e comemorou as projeções de que o partido sairá das urnas com maior representatividade feminina. “Temos quase 100 pré-candidaturas distribuídas pelo país, um recorde. Mesmo tendo bancadas pequenas, as mulheres conseguem sobressair. Nessa eleição, teremos um processo de emergência muito maior”, apontou.

As coordenadoras do Mulheres23 nacional e do Mulheres23 de Santa Catarina, Tereza Vitale e Talien Stofelli, também disseram acreditar em grande êxito das candidaturas femininas nas eleições de outubro.

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