O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou nesta quarta-feira (29) que irá denunciar a “atuação cínica” de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República após os seguidos ataques do procurador à Lava-Jato. Em live nesta terça-feira, Aras disse a um grupo de advogados ser “hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure”.
Em seu perfil no Twitter, Vieira disse enxergar na movimentação uma tentativa de acabar com a maior operação de combate à corrupção da história do país, tal qual como ocorreu na Itália.
“ A corrupção não é questão de ideologia, mas sim de caráter. A soma de corrupção e impunidade destrói os sonhos de um Brasil mais justo. Repetem o roteiro italiano, onde o casamento de corruptos, oportunistas e populistas espalhados nos 3 Poderes sepultou a operação Mãos Limpas”, alertou, em referência às investigações nas quais o grupo brasileiro que liderou a Lava-Jato se inspirou.
O senador considerou preocupante que o PGR possa estar servindo a interesses não republicanos ao se converter em porta-voz de um movimento contra o combate à corrupção, ameaça que sempre pairou sobre o trabalho dos procuradores em Curitiba.
“Vamos denunciar a atuação cínica do PGR como porta-voz dos ataques à Lava-Jato, tentando esconder sob o manto de um garantismo de araque os reais interesses de quem sempre quis “estancar a sangria” e “zerar o jogo”, beneficiando os bandidos que roubam este país desde sempre”, criticou.
Também no Twitter, o ex-juiz Sérgio Moro ponderou que suas decisões foram corroboradas pelas instâncias superiores e que as ações da Laja-Jato sempre foram transparentes.
“Desconheço segredos ilícitos no âmbito da Lava Jato. Ao contrário, a Operação sempre foi transparente e teve suas decisões confirmadas pelos tribunais de segunda instância e também pelas Cortes superiores, como STJ e STF”, sustentou.