Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (09/07/2020)

MANCHETES

O Globo

Facebook tira do ar contas ligadas aos Bolsonaros
Covid: mortos estacionam, mas em nível elevado
Fome gerada por crise da Covid-19 pode matar até 12 mil por dia
Ex-funcionários do Ibama denunciam falta de fiscalização
Alta de 13,9% nas vendas do comércio em maio surpreende
Medidas de estímulo podem tirar R$ 43 bi do FGTS
MEC anuncia provas do Enem para 17 e 24 de janeiro
Latam Brasil entra com pedido de recuperação nos EUA
Retrofit à vista – Centro deve ter novo perfil
Flu resiste, é campeão e vai decidir com o Fla

O Estado de S. Paulo

Facebook barra rede ligada ao ‘gabinete do ódio’ do Planalto
Governo trava repasse de R$ 33 milhões para Amazônia
Comércio tem alta em maio e atenua perdas do trimestre
No bunker da Revolução de 1932
MEC define que prova do Enem será em janeiro
80% dos bares optam por não reabrir em SP
Paulistão retoma jogos a partir do dia 22
Fronteira – México agora barra os EUA

Folha de S. Paulo

Facebook remove 73 contas falsas ligadas aos Bolsonaros
Longe de parentes, presidente adapta rotina de gabinete
Carta de artistas e intelectuais critica clima intolerante
Falha da Caixa leva a queixa de sumiço do auxílio da União
Enem e remarcado para janeiro e fevereiro de 2021
Fundador da rede Ricardo Eletro é preso por sonegação
Folha fecha parcerias com mídias estrangeiras
Governo deve conter Covid em indígenas, define Barroso
Casas André Luiz registram cerca de cem contaminados
Capital prepara protocolos para parque e academia
Na falta de cesta básica, famílias improvisam no Rio
Brasil não será tratado diferente, dizem EUA

Valor Econômico

Ajuda oficial pode atenuar recessão em até 4,2 pontos
Múltis levam lucro de US$ 1 tri a paraísos fiscais
Camisa com defeito opõe Barça à Nike
Cedae na Justiça
Desmatamento já causa ‘bloqueios silenciosos’
Fundador da Ricardo Eletro é preso em SP

EDITORIAIS

O Globo

Problema do meio ambiente fica mais sério

Aumentam as pressões de grandes grupos, nacionais e estrangeiros, para governo conter a destruição

Ninguém no governo Bolsonaro, salvo por grave falta de informação, pode se declarar surpreendido por dificuldades crescentes na diplomacia, e que contaminam o comércio exterior do país, causadas pelo avanço da destruição do meio ambiente, principalmente na Amazônia. Às críticas mundiais ao avanço descontrolado das motosserras e de incêndios, muitos também criminosos, o presidente tem respondido com o mantra da “desinformação” sobre o que acontece no Brasil. Mas não falta informação sobre uma região esquadrinhada constantemente por satélites.

O governo assumiu com discurso contra ONGs, sinônimo de comunismo. Quem esperava, porém, uma campanha difamatória global contra o Brasil conduzida por conhecidos polos da esquerda observa que, na questão ambiental, quem se movimenta para pressionar o governo brasileiro são grandes empresas globais e grupos nacionais. O capitalismo se preocupa com a Floresta Amazônia, estratégica para os lucros do agronegócio. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, da bancada ruralista, sabe como é essencial o preservacionismo para as colheitas.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, expôs na reunião ministerial de 22 de abril sua tática de aproveitar enquanto as atenções da imprensa profissional e do Congresso estavam voltadas para Covid-19 e revogar normas e resoluções “de baciada”, a fim de desmontar órgãos de fiscalização no setor (Ibama, ICMBio). O resultado da ação demolidora de Salles, porém, era acompanhado e depois iria explodir em números preocupantes: de janeiro a maio, um desmatamento na Amazônia de 2.032 quilômetros quadrados, uma área 33% maior que a cidade de São Paulo, jamais havia sido detectado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde que passou a vigiar a Floresta, em agosto de 2015. A destruição aumentou 34% em comparação aos mesmos cinco meses do ano passado.

É o “efeito Bolsonaro”, causado por seu discurso e sua postura contra a preservação, um estímulo para desmatadores e garimpeiros, cuja atuação na Amazônia tem sido facilitada pelo trabalho de desmonte executado por Ricardo Salles no ministério.

Colocado por Bolsonaro à frente do Conselho Nacional da Amazônia, o vice-presidente Hamilton Mourão, conhecedor da região, onde serviu como militar, acaba de receber um documento de representantes de 38 grandes empresas nacionais e estrangeiras, preocupadas com o assunto e seus efeitos negativos amplos na economia. Entre elas, Bradesco, Ambev, Itaú, Klabin, Cargill etc.

Há menos de um mês 29 pesos-pesados globais enviaram uma carta aberta a embaixadas brasileiras na Europa e nos Estados Unidos, com o alerta de que se a destruição não for estancada o país terá dificuldades com boicotes a exportações de alimentos e também na venda de títulos no mercado financeiro internacional. Os grupos, que atuam no agronegócio, controlam ativos de US$ 3,7 trilhões. Têm muito a perder com a irresponsabilidade ambiental.

O Estado de S. Paulo

A vida, o vírus e a política

Nos tempos atuais, é preciso relembrar: não se deseja a doença de quem quer que seja. Política é arena de vida, não de morte

Não se comemora doença de ninguém, por pior que possa ser seu desempenho público. Não se torce pelo falecimento de ninguém, por mais deletéria que seja sua conduta. São princípios básicos de civilidade e de respeito à dignidade humana, que não precisariam ser lembrados. São pressupostos mínimos da vida em sociedade, sobre os quais não deve haver nenhuma dúvida. No entanto, nos tempos atuais, assustadoramente esquisitos, é preciso relembrar: não se deseja a doença, e muito menos a morte, de quem quer que seja. A política é – e deve ser – arena de vida, e não de morte.

Num Estado Democrático de Direito, a oposição política, por mais ferrenha que possa ser, nunca almeja ou propõe a aniquilação do adversário. Assim, diante da notícia de que o presidente Jair Bolsonaro contraiu a covid-19, não há opção civilizada a não ser desejar o seu pronto restabelecimento, com votos de que tenha os menores e mais leves sintomas possíveis. Tal atitude não é um favor ou privilégio que se concede ao presidente da República, mas a única reação minimamente humana diante da doença de outro ser humano.

A luta política não entra nos domínios da morte, mesmo que o adversário político não tenha escrúpulos de se valer dessa seara. Por exemplo, quando era deputado federal, Jair Bolsonaro transformou o fuzilamento do então presidente Fernando Henrique Cardoso em verdadeira obsessão. Algumas das frases de Jair Bolsonaro: “O governo militar deveria matar pelo menos 30 mil, a começar por Fernando Henrique”, “o erro do governo militar foi não fuzilar o Fernando Henrique”, “defendo o fuzilamento do presidente”. Depois, Jair Bolsonaro alegou que “fuzilamento” era força de expressão, o que, longe de servir de desculpa, ratifica uma mentalidade de barbárie e violência.

A mesma atitude pôde ser observada em entrevista de setembro de 2015. Questionado se a então presidente Dilma Rousseff concluiria o segundo mandato, até o final de 2018, Jair Bolsonaro respondeu: “Espero que o mandato dela acabe hoje, infartada ou com câncer, ou de qualquer maneira”. De enorme brutalidade, a declaração é absolutamente despropositada, a revelar profunda incompreensão não apenas do exercício da política, mas de cidadania e humanidade.

Quase cinco anos depois dessa declaração sobre Dilma Rousseff, o País tomou conhecimento de que o menosprezo de Jair Bolsonaro em relação à vida não era circunscrito a adversários políticos. A pandemia do novo coronavírus revelou um presidente da República capaz de submeter a saúde da população a interesses e cálculos políticos, fosse qual fosse o número de vidas que a doença poderia ceifar. Entre estupefata e incrédula, a população ouviu o “e, daí?” de Jair Bolsonaro, em relação às dezenas de milhares de óbitos pela covid-19.

A confirmar sua indiferença com a saúde pública, no mesmo dia em que recebeu o diagnóstico positivo para o novo coronavírus, Jair Bolsonaro difundiu desinformação sobre o uso de hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. Contrariando as evidências médicas, o presidente Bolsonaro atribuiu a ausência de sintomas mais graves da doença ao uso do medicamento que, além de não ter eficácia comprovada, apresenta efeitos colaterais graves. Como se vê, o inquilino do Palácio do Planalto é contumaz na falta de limites.

No entanto, por mais que causem repugnância, as atitudes de Jair Bolsonaro em relação à vida, ao vírus e à política não autorizam outra expectativa que o imediato restabelecimento da saúde do presidente da República. Fazer oposição política não inclui adotar as atitudes do adversário. Se o bolsonarismo manifesta, com estonteante clareza, seus antivalores, a reação contrária não pode ser mero sinal invertido. Não se combate autoritarismo com desumanidade. Num país civilizado, não se enfrenta barbárie pregando a barbárie.

Folha de S. Paulo

Custoso desgoverno

Desastres na saúde e no ambiente não serão camuflados com propaganda

Abraçados pelo governo Jair Bolsonaro em nome de alegados interesses econômicos, o boicote às ações antipandemia e o desmonte da política ambiental revelam-se ameaças crescentes para setores produtivos do país.

Uma área particularmente sensível no atual cenário é a das exportações. Tome-se o exemplo da carne: em alerta após detectar um novo foco de Covid-19 perto de Pequim, a China decidiu redobrar o monitoramento de empresas estrangeiras das quais compra o produto.

Com isso, suspendeu as importações de algumas unidades de frigoríficos brasileiros, depois de notícias sobre a contaminação de trabalhadores pelo Sars-CoV-2.

Outra questão que assombra os negócios do Brasil pode infectar uma enormidade de atividades —o desmatamento da Amazônia.

Na segunda-feira (6), líderes de 36 companhias, nacionais e estrangeiras, e de quatro organizações empresariais encaminharam ao vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal, uma carta na qual pedem providências duras e imediatas em defesa da região.

No documento, o grupo diz estar preocupado com o impacto econômico da “percepção negativa” que se formou a respeito do país no exterior “em relação às questões socioambientais”, capaz de afetar “o desenvolvimento de projetos”.

O manifesto vem no rastro de uma outra carta, enviada para as embaixadas brasileiras de oito nações, em que investidores internacionais demonstravam inquietação com o desmantelamento de políticas voltadas ao ambiente.

Durante reunião virtual do Mercosul na semana passada, Bolsonaro declarou que irá desfazer “opiniões distorcidas” sobre o Brasil.

Em junho, a Secom, responsável pela publicidade da Presidência, reivindicou a liberação de R$ 325 milhões —mais que o dobro do previsto no Orçamento deste ano— para, a pretexto da eclosão da epidemia, “promover a comunicação” do Executivo com a sociedade.

A intenção, na realidade, é tentar recompor as destroçadas imagens do governo e do país, cujo preço seguirá sendo cada vez mais elevado para a economia.

Ainda que surja o dinheiro, contudo, trata-se de iniciativa fadada ao fracasso. Se a comunicação constitui de fato mais uma entre tantas áreas deficientes da administração federal, não é isso que explica o vexame global de Bolsonaro.

Salvo quando se lida com militantes e correntes ideológicas, inexiste propaganda capaz de camuflar desastres fartamente documentados em números. Só novas políticas poderiam reverter a deterioração do prestígio brasileiro.

Valor Econômico

Com apoio de estímulos, varejo ressuscita as vendas

A reação inicial das atividades, em especial do comércio, indica que o tecido econômico pode não ter se dilacerado tanto quanto se temia

O varejo deu um salto em maio, após o feio tombo de abril. Escorado por medidas de apoio à renda e ao crédito, o comércio cresceu 13,9% em relação ao mês anterior no sentido restrito e 19,6% no amplo (inclui veículos, motos e material de construção), atingindo todos os ramos. A reação da indústria, que cresceu 7% no mesmo mês, deixou de fora três Estados. O resultado do varejo foi muito mais forte que o esperado, mas sua continuidade dependerá da renda dos consumidores, após o fim dos auxílios e benefícios de emergência. O comércio, praticamente parado antes, consumiu estoques, o que poderia puxar o desempenho da indústria mais à frente, se os índices continuarem positivos.

Com graus diversos de reabertura, após o isolamento social forte de abril, o impacto negativo da covid-19 nos negócios foi menor. O número de empresas varejistas que assinalaram a pandemia como restrição recuou praticamente ao nível de março – 43,4% da amostra do IBGE- após ter subido a 63,1% em abril. O índice de difusão do crescimento, segundo o IBGE, foi semelhante ao observado em dezembro de 2019 para o varejo restrito e ao de outubro do ano passado, para o ampliado. O IBGE mediu também o impacto das justificativas das empresas para a queda do varejo em relação ao mesmo mês de 2019. A pandemia motivou 6,6 pontos percentuais da queda de 7,2% do comércio restrito em relação a maio do ano passado, e de 5,8 pontos percentuais dos -14,9% do comércio ampliado.

O apoio à renda e ao crédito, com repactuações de dívidas que protelaram desembolsos imediatos, impulsionou o consumo dos típicos bens de salário, que apresentaram as maiores altas. Tecidos, vestuário e calçados, que registraram quedas abissais de 42,2% em março e 69% em abril (em relação ao mesmo mês de 2019), tiveram aumento de vendas de 100%. Móveis e eletrodomésticos avançaram 47,5%. Na mesma base de comparação, a venda de veículos avançou 51,7% e 22,2% na de materiais de construção.

Dessa forma, com todo o estrago causado pela pandemia, com números superlativos na queda e na retomada, o comércio varejista recuou 0,6% no ano e cresceu 2,7% em doze meses até maio. Hipermercados, supermercados, alimentos e bebidas avançaram 11% no ano e 7,5% no ano. Esses segmentos foram os menos atingidos, ao lado (com menos vigor) do de artigos farmacêuticos e perfumaria. O varejo ampliado ainda mostra recuo de 5,4% no ano e avanço de 1,4% em doze meses.

As medidas de proteção social tiveram um impacto decisivo no resultado, embora tenham prazo para acabar. No caso dos que perderam o emprego na pandemia, uma injeção de recursos de R$ 52 bilhões durante três meses correspondeu a três vezes mais que a liberação dos saques do FGTS no governo Temer e cerca de 4,5 vezes os permitidos já no governo Bolsonaro. Ou foi 35% maior que ambos somados. A grosso modo, incluindo o benefício emergencial para os que tiveram contrato de trabalho suspenso ou jornada reduzida, a rede de apoio oficial bancou mais de 25% da folha salarial total mensal do setor privado no último trimestre. A maior parte do dinheiro foi para os mais pobres, que gastam o que recebem.

O apoio ao crédito e à liquidez teve peso mais relevante, como esperado, para as empresas do que para as pessoas físicas. Ainda assim, um contingente razoável de consumidores não tiveram que pagar dívidas e se descapitalizar em um momento agudo da crise. Mas as repactuações com os bancos foram na maioria voltadas às pessoas físicas (58% do total de R$ 702,4 bilhões em valor das operações prorrogadas), segundo apresentação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, feita ontem. Entre novas contratações e renovações de crédito, as pessoas físicas tomaram mais R$ 210 bilhões.

Os estímulos – da ajuda a Estados e municípios à redução de compulsórios bancários e rede de proteção – somam 7,3% do PIB, segundo o BC, algo acima dos 6,8% do PIB da média dos emergentes. Pelos resultados, foi dinheiro bem gasto, na hora certa, mas será retirado da economia em breve. A reação inicial das atividades, em especial do comércio, indica que o tecido econômico pode não ter se dilacerado tanto quanto se temia. Um julgamento definitivo será possível quando os estímulos cessarem. Os números estarrecedores do desemprego aparecerão com toda a força, em um ambiente em que o coronavírus ainda estará à espreita. Já será um grande alívio se o PIB não cair os 6,5% previstos.

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