Para presidente do Cidadania, pandemia impede manifestações de rua, mas chegará a hora de sair de casa contra misoginia e racismo de Bolsonaro
Em live com o coordenador do Igualdade23 do Maranhão, Walter Maresia, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que o movimento contra o racismo desencadeado pelo assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, deve inspirar também os brasileiros, mas o momento da pandemia de Covid-19 no Brasil desencoraja manifestações de rua. Ele disse que a indignação dos jovens é legítima, mas pediu que eles respeitem o isolamento social necessário.
“Bela demonstração da juventude norte-americana superando tudo que é etnia. O que está acontecendo nos Estados Unidos, um país profundamente racista, vai mudar aquela sociedade e talvez possa mudar o mundo. O racismo no mundo todo, infelizmente, impera. Se não é contra negro, é contra refugiado. Como teve contra os judeus, exemplo grande e concentrado de uma barbaridade. Os negros no mundo vivem em holocausto permanente”, argumentou.
Ele pediu, contudo, que continuem acreditando na democracia como instrumento de mudança da triste realidade que enfrentam. “Precisamos entender que a democracia não significa ausência desses problemas, mas instrumento para resolver as desigualdades. Não é a ditadura que vai resolver. Na democracia, se pode fazer o que os EUA estão fazendo e, não fosse a pandemia, estaríamos na rua aqui também. Inclusive contra esse mentecapto do Bolsonaro no tratamento da pandemia quase como se tivesse um pacto com a morte”, apontou.
Freire lembrou as manifestações nos Estados Unidos quando do assassinato de Martin Luther King, mas ponderou que, naquela época, foi mais concentrada na comunidade negra, e hoje extrapola, com uma presença massiva de brancos. Também registrou conquistas como o fim da segregação e o fim do apartheid na África do Sul e disse que chegará a hora de ir pra rua no Brasil. “Teremos aqui a luta contra o racismo e contra Bolsonaro, um nacionalista exacerbado, misógino e racista, contra a ideia de que somos todos irmãos e seres humanos que precisam ser respeitados em sua dignidade”, observou.
Ainda na live, o presidente do Cidadania elogiou a atuação do coordenador do Evangélico23, Eliel Gama, e falou que o partido está aberto a receber interegrantes de outras denominações religiosas. “Importante que tenhamos esse diálogo pra que religiões não sejam instrumento desse obscurantismo bolsonarista. Que esse movimento possa crescer a partir do Maranhão, com você inclusive trazendo a sua fé pra ajudar. Um amigo quer fundar um grupo de religões afro, poderíamos fazer de forma ecumênica, dentro de um Fé 23”, defendeu.