Carmen Zanotto: O novo normal

Você já se pegou pensando em como será o novo normal, depois de vencermos a guerra contra o Corona Vírus? Provavelmente sim, e também já deve ter lido algumas análises afirmando que o mundo nunca mais será o mesmo. E isso deve ser verdade. O que pouca gente tem respondido, por ser realmente difícil de prever, é: como será esse novo futuro? Assumo aqui o risco de tentar responder, ou ao menos apontar caminhos.

Crises geram mudanças permanentes. No caso da Covid-19, já é possível perceber mudanças significativas. Ficou visível para o mundo a importância do trabalho dos profissionais da Saúde que se mantêm na linha de frente, protegendo e salvando vidas. Nossos heróis merecem o devido reconhecimento neste novo normal.

São tantas as reflexões, mas de uma coisa estou certa: o SUS nunca mais vai ser o mesmo, porque nós agora estamos conscientes de sua importância.Estamos vendo que ele tem que ter prioridade, não pode ser relegado na lista das preocupações governamentais.

A saúde é o nosso maior bem e quem está doente não pode esperar.

O que está visível nessa pandemia é o abismo que separa ricos e pobres. Mudar essa realidade talvez seja um dos maiores desafios no novo normal, já que ninguém estará a salvo da ameaça que representa para a vida humana a desigualdade social, porque o vírus prolifera em lugares insalubres. A ciência não tem dourado a pílula: novas tragédias nos esperam, se não conseguirmos fazer as transformações necessárias.

A saúde tem que ser prioridade, junto com a educação. Só assim construiremos um país com justiça social. E o mais importante: precisamos cuidar e amparar nossos idosos, os mais afetados nessa pandemia – eles merecem a nossa atenção e cuidados, sempre.

Na economia, o novo normal vai ser de muito trabalho, na busca do restabelecimento do setor produtivo. A retomada da confiança (confiança é o que move a economia) dos agentes econômicos, dependerá de medidas assertivas (entre elas a reforma tributária) que impulsionem as atividades econômicas geradoras de emprego, renda e consumo. Depois de um primeiro impacto forte, podemos esperar mudanças importantes no comportamento do consumidor. Acredito que as pessoas vão ser muito mais seletivas em relação ao consumo e vão optar por marcas locais, que priorizem a sustentabilidade do planeta.

Caminhamos para um novo momento, que pode ser chamado de “era da verdade”, onde a transparência será ainda mais valorizada e será necessário adotá-la como regra.

A pandemia nos ensinou que podemos fazer grandes mudanças quando somos convencidos que vale a pena, como por exemplo estabelecer parcerias em prol de um bem maior. Como aprendemos com algumas iniciativas desenvolvidas recentemente, com propósito de reforçar os esforços de combate à pandemia, soluções conjuntas têm maior potencial de geração de valor compartilhado. Se cada um de nós fizer o seu melhor, certamente o tão esperado novo normal será uma alternativa viável para todos nós, e como resultado teremos um mundo melhor para viver e sermos felizes!

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