O presidente nacional do Cidadania anunciou nesta terça-feira (16) a criação do núcleo Acessibilidade 23 de São Paulo, que será coordenado pelo estudante de Direito Bruno Oliveira Fuchs, filiado ao partido e pré-candidato a vereador na cidade.
“Esse núcleo formado em São Paulo pode ser replicado em todas as cidades brasileiras, basta que três membros filiados ao Cidadania se reúnam para esse fim. Queremos que esses núcleos façam contato e se interliguem para, no futuro próximo, termos uma rede nacional focada em acessibilidade. Esse é um primeiro núcleo, mas cada cidade pode ter o seu”, sugeriu.
Integrar o partido, contudo, não será pré-requisito para os demais que queiram compor os núcleos de acessibilidade em São Paulo e país afora. Na avaliação de Fuchs, de quem partiu a iniciativa, elogiada por Freire, é importante que a luta por acessibilidade encontre espaço de representação nos partidos e seja discutida por pessoas com deficiência (PCDs), mas também pelas pessoas que não tem, já que compõem a maioria da população.
“É uma área muito carente de representação nesse momento de polarização, porque não é uma ideologia política, mas uma condição de vida da pessoa. É fundamental que as pessoas sem deficiência, como eu, se engajem e lutem por essa causa. Não pode ser uma luta de nicho. É preciso sensibilizar o maior número de pessoas possível para essa realidade. As dificuldades de mobilidade para quem é cadeirante, por exemplo, ainda são imensas. Quem não sofre com isso não percebe os obstáculos quase intransponíveis do dia-a-dia dos PCDs”, sustenta.
As restrições à liberdade de ir e vir para pessoas com deficiência são uma das principais preocupações de Fuchs, para quem é preciso garantir a elas condições mínimas de dignidade inscritas na Constituição. Conforme observa, o problema é ainda mais grave em grandes cidades de largas avenidas feitas para carros. Segundo ele, essa é uma das principais questões que devem ser debatidas no núcleo.
Cidades acessíveis
Fuchs diz que está aberto a propostas e ideias de todo mundo e que a criação do núcleo é só o primeiro passo.
“Acho que uma grande bandeira tem de ser tornar as cidades acessíveis. Veja São Pãulo, com suas calçadas quebradas, lugares sem rampa, falta de elevador, equipamentos de transporte inadequados. Permitir que as pessoas estejam nos lugares em que desejam ou precisam estar é o mínimo que o poder público deveria garantir. Temos uma Lei de Inclusão das Pessoas com Deficiência e ela precisa ser cumprida”, comentou.
Para Freire, o Cidadania busca, com a criação do núcleo, ampliar a proximidade com todos os estratos sociais, o que será fundamental para que as políticas públicas discutidas no âmbito do partido estejam em consonância e representem o conjunto da sociedade.
“Somos todos diferentes, porém iguais. Essa igualdade tem de se apresentar na forma de oportunidades iguais. Quantos talentos não perdemos simplesmente porque as pessoas não conseguem estar onde precisam? Quantos desistem de estudar porque nossas escolas não são acessíveis? E falo apenas de um aspecto. Se somos o Cidadania, precisamos travar esse debate”, afirma.
Fuchs se coloca à disposição de filiados ao Cidadania de todo o país que desejem articular a criação de núcleos de acessibilidade em outras cidades e estados. Os interessados podem entrar em contato com o pré-candidato a vereador de São Paulo por WhatsApp (011 964741998) ou Instagram (@brunofuchs8).
“As pessoas com deficiência estão em todas as cidades. É uma experiência, ainda embrionária, que pode e deve ser replicada. Quanto mais núcleos maior a representatividade e mais fortemente seremos capazes de influenciar o processo decisório e fazer valer as nossas pautas”, finaliza.