Roberto Freire: acuado por investigações, Bolsonaro reage com ameaças à democracia

Para o presidente do Cidadania, democracia está em risco e Congresso e STF precisam deter escalada golpista patrocinada pelo Presidente da República

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, rebateu nesta quinta-feira (28) as declarações de cunho golpista tanto do presidente Jair Bolsonaro, para quem “não teremos outro dia como ontem”, em referência à operação da Polícia Federal contra fake news, quanto de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que falou em “ruptura institucional” e defendeu que o pai adote “medidas enérgicas”, sem especificar quais seriam.

“Um desabrido antidemocrata e evidente aprendiz de ditador. A democracia está ameaçada. Todo apoio à imprensa livre, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal”, considerou. “Os democratas reagem com rigor aos ataques autoritários de Bolsonaro, seus filhos, milicianos e crentes do mito. Eles reagem como bichos acuados, que preparam um bote guiados por instintos primitivos. Legislativo e STF têm de deter essa aventura”, completou.

Na porta do Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse ainda o seguinte: “Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão” e “Acabou, porra! Me desculpem o desabafo. Acabou!”. Pela manhã, em entrevista no mesmo local, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), tentou contemporizar. Disse que “intervenção militar não resolve nada” e que “ninguém está pensando nisso”.

Tirano

Freire concordou que não resolve e acrescentou que um impeachment pode ajudar o país a sair da crise agravada pelo presidente. “Não resolve nada mesmo, general. Certamente, pioraria o que já anda muito ruim. O que pode resolver – a sociedade já se dá conta e está na agenda política nacional – é um constitucional e democrático impeachment. Quem sabe não é a solução?”, defendeu.

A líder do Cidadania no Senado, senadora Eliziane Gama (MA), também rebateu Bolsonaro em seu perfil no Twitter.

“Nos últimos meses, vimos o presidente em atos antidemocráticos, ministros agredindo instituições, repórteres e enfermeiros apanhando, milícias digitais que, a pretexto da liberdade de expressão, incitam o ódio. De fato, há algo grave na democracia”, argumentou, em referência a outra fala do presidente, para quem o inquérito sobre fake news mostraria que “algo de muito grave está acontecendo com nossa democracia”.

Na mesma rede social, o deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) disse que “Bolsonaro desconhece os pilares do Estado Democrático de Direito”.

“Por isso, não admite qualquer limitação aos seus poderes. Deseja governar como tirano, como se sua eleição lhe desse esse direito. Não dá. Nenhum poder na República se exerce fora dos contornos da Constituição”, argumentou.

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