No Brasil de Bolsonaro, sociedade discute o que pensam os generais sobre políticas que deveriam ser decididas por autoridades civis, alerta presidente do Cidadania
O retorno das Forças Armadas ao centro do debate político brasileiro é um retrocesso democrático e deveria acender o alerta da sociedade civil sobre os papéis que cabem às instituições nesse momento de crise que o País atravessa. A avaliação é do ex-parlamentar Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania.
Segundo ele, desde a redemocratização que não se discutia o que pensam os generais sobre definições que cabem às autoridades civis.
“A República, nesse período mais longevo de plenitude democrática, não discutia o que pensavam os altos comandos das Forças Armadas sobre os rumos da política nacional. Infelizmente, nesses tempos de Bolsonaro e seus desmandos, tal tema voltou à tona”, observou.
Conforme Freire, as forças reconstruíram sua imagem pós-ditadura e havia, até aqui, “uma relação profundamente democrática e republicana”. Mas o cenário está mudando.
“Bolsonaro está fomentado uma cizânia entre civis e militares sobre a qual ele não tem controle. Passamos a discutir o que pensa o Exército sobre essa ou aquela política pública, sobre os rumos da economia, qual general está com qual ala do governo, algo muito perigoso”, alertou.
Ex-deputado constituinte, o presidente do Cidadania elogiou a lucidez de artigo do jornalista Elio Gaspari publicado nesta quarta-feira (6) sobre o tema.
Para ler o texto de Gaspari, clique no link abaixo: