O presidente Nacional do Cidadania, Roberto Freire, divulgou nota nesta sexta-feira (15) em que critica o governo Jair Bolsonaro pela troca do segundo ministro da Saúde em meio à pandemia de Covid-19, que já matou mais de 14 mil brasileiros. Segundo Freire, faltam capacidade de liderança e articulação internacional do governo para garantir condições mínimas de enfrentamento da doença no país. Para ele, Bolsonaro fabrica uma realidade paralela. “Somos (des)governados por um megalomaníaco mitômano”, acusa.
Leia a íntegra:
Nota à imprensa
Saída de Teich: somos governados por um megalomaníaco mitômano
O pedido de demissão do ministro Nelson Teich, da Saúde, tido como um homem sério, é mais uma evidência de que Jair Bolsonaro interfere e continuará interferindo politicamente em órgãos que deveriam ter atuação eminentemente técnica. Na Polícia Federal, o fez em benefício próprio e de sua família e amigos. No Ministério da Saúde, também. Explora politicamente a doença, mesmo diante da morte de mais de 14 mil brasileiros, para guerrear com prefeitos e governadores de olho numa longínqua e incerta reeleição.
Teich sai porque se recusou a agredir a ciência e o bom senso e receitar, como tratamento padrão e em fases iniciais, a cloroquina, medicamento que, até aqui, se mostrou ineficaz no combate à Covid-19, quando não ampliou a mortalidade por problemas nos rins e no coração decorrentes de seu uso.
Bolsonaro trata ministros como gado. O presidente considera inimigo quem pensa diferente dele. E agora? Vai insistir em pôr o Brasil na contramão do mundo e nomear um negacionista como ele? Enquanto o governo se perde em discussões irrelevantes e troca dois ministros apenas por capricho lunático de Bolsonaro, a pandemia avança, quebra empresas e desemprega famílias, faltam leitos de UTIs, testes e equipamentos de proteção individual.
Nada disso pode ser resolvido com cloroquina, mas com liderança e articulação internacional, qualidades que esta gestão já demonstrou não ter. Na democracia, certeza absoluta é a maior das ignorâncias autoritárias. Mas a saída de Teich não deixa espaço para dar ao presidente, que tenta fabricar uma realidade paralela, o benefício da dúvida. Somos (des)governados por um megalomaníaco mitômano.
Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania