Deputado federal criticou nomeação de ex-assessor de Geddel Vieira Lima para a chefia de gabinete da autarquia ligada ao Ministério do Turismo
O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) afirmou nesta quinta-feira (28) que vê na atual gestão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a mesma tentativa do governo anterior de interferir politicamente no órgão com interesses obscuros.
Calero foi ministro da Culutra no governo Michel Temer, quando reagiu a pressões do então ministro da secretaria-geral de Governo, Geddel Vieira Lima, para liberar um empreendimento de interesse do emedebista. Ele criticou a nomeação de um ex-assessor de Vieira para a autarquia.
“Parece inacreditável. Mas não é. O governo Bolsonaro nomeou ex-assessor de Geddel para o Iphan, justamente o órgão no qual o ex-ministro, junto com seus comparsas, queria minha intervenção para liberar uma obra usada em seu esquema de lavagem de dinheiro. É a nova política. Só que não”, ironizou.
A informação sobre a nomeação de Marco Antonio Ferreira Delgado como chefe de gabinete do Iphan foi publicada hoje pelo jornalista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo. A decisão do Ministério do Turismo chocou servidores do órgão, segundo o jornalista.
Quando pressionou Calero, Geddel queria que o Iphan liberasse a construção de um edfício em uma área tombada em Salvador, Bahia, estado natal do emedebista, condenado por improbidade administrativa recentemente em razão do episódio. Calero vem lutando contra o aparelhamento do Iphan.
Em ação popular, o parlamentar fluminense pediu que fosse suspensa a nomeação de Larissa Rodrigues Peixoto Dutra para o cargo de presidente da autarquia. “Como no caso Geddel, o Iphan está mais uma vez na mira de especuladores e inescrupulosos”, apontou Calero, ao comentar que o Ministério Público se manifestou na ação contra a indicação de Larissa.
“A nomeação de pessoa sem qualificação ou experiência na área, para cargo técnico de alta responsabilidade, como é o caso da presidência do IPhan, parece evidenciar finalidade distinta daquela para a qual a Instituição federal foi criada”, afirmou o MP.
Os procuradores ainda registram, em sua manifestação, a reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgada por decisão do Supremo Tribunal Federal, na qual o presidente Jair Bolsonaro cita obras suspensas do empresário Luciano Hang em razão de dificuldades de licenciamento junto ao Iphan.