‘Aqui não se ignora a doença e nem se envia trabalhador para morte com medo de índices negativos da economia’, diz a senadora maranhense (Foto: Leopoldo Silvao/Agência Senado)
O avanço do contágio pelo novo coronavírus e o risco de esgotamento do sistema público de saúde levaram à adoção de medidas mais rígidas de isolamento social por governos estaduais e municipais em algumas regiões do País. O chamado lockdown, termo em inglês que significa bloqueio total, é apontado pela líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), como uma ação efetiva para tentar buscar o controle da epidemia apesar dos impactos econômicos que a medida poderá gerar nessas localidades.
Representante do Maranhão, o primeiro estado a decretar o fechamento total em São Luís e em mais três cidades da região metropolitana, a parlamentar do Cidadania disse que a decisão do governo estadual foi necessária para preservar a vida da população. Ela também criticou declarações feitas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que chegou a comparar a situação do estado com a crise nos sistemas político e econômico da Venezuela.
“As medidas de lockdown no Maranhão foram necessárias para garantir a vida das pessoas. Aqui não se ignora a doença e nem se envia trabalhador para morte com medo de índices negativos da economia. O presidente fala da Venezuela, mas enquanto o povo agoniza nas UTIs, ele passeia de jet-ski”, disse a senadora no Twitter.
No Maranhão, o bloqueio total na capital e região metropolitana começou no dia 5 de maio e tem previsão para acabar no dia 15. Quem descumprir as regras do lockdown poderá sofrer advertência, pagar multa e até ter a interdição parcial ou total do estabelecimento, no caso de empresas. As normas a serem seguidas no bloqueio total, assim como as penalidades em caso do seu descumprimento, são variáveis e dependem da abordagem de cada governo estadual ou municipal.
O Maranhão concentra 399 mortes pelo coronavírus e 8.144 pacientes infectados, enquanto que a taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede estadual já chega a 97,81% da sua capacidade.
Além do Maranhão, até o momento cidades do Ceará, Pará, Bahia e Rio de Janeiro publicaram decreto que restringe a circulação de pessoas e veículos e delimitam atividades essenciais, basicamente as que são ligadas a saúde, transporte, segurança e alimentação. Até a tarde desta segunda-feira (11), o boletim do Ministério da Saúde informou que já foram registradas 11.123 mortos provocadas pela covid-19 e 162.699 casos confirmados da doença em todo o País. (Com informações da Agência Senado).
Decreto e morte de indígenas pela Covid-19
Também pela rede social (veja abaixo), Eliziane Gama comentou o decreto do presidente Jair Bolsonaro que inclui academias e salões de beleza como atividades essenciais e lamentou o número de mortes de indígenas pela Covid-19.