O líder do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), reforçou nesta quinta-feira (14) sua preocupação com a dificuldade que micro e pequenas empresas vem enfrentando para acessar as linhas de crédito aprovadas pelo Congresso Nacional para o enfrentamento da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Reportagem do jornal Valor Econômico, publicada hoje, aponta que a maior parte dos recursos tem ficado concentrada nas grandes empresas. Jardim já havia denunciado essa concentração e voltou a cobrar ação do governo para resolver a questão. “Apresentamos dois requerimentos de informação para viabilizarmos a agilização do auxílio às empresas”, lembrou.
Num deles, Jardim pede que o Banco Central detalhe os valores colocados à disposição dos bancos como parte das linhas aprovadas pelo Congresso e relatórios com percentuais e números absolutos do que foi desembolsado de acordo com o faturamento das empresas. Ele ainda pontua que as instituições financeiras estão impondo exigências não previstas para liberar os recursos como a quitação de eventual débito anterior.
Segundo informa o Valor, com base em estudos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a concessão de crédito a pessoas jurídicas somou R$ 322,9 bilhões entre março e abril, mas, desse valor, R$ 200 bilhões foram concedidos nos últimos 45 dias a grandes empresas. Micro e pequenas estão reclamando das altas nas taxas cobradas por álbuns bancos e da demora da liberação de programas oficiais para financiar o segmento.
Segundo estima o presidente da Abrasce (Associação que reúne 400 shoppings), Glauco Humai, se nada for feito, cerca 105 mil lojistas, ou 20% do total, deixarão de operar em 30 dias. Já a Abismaq, associação do setor industrial, sondou oito mil empresas e detectou que 45% delas precisam de capital de giro para continuar funcionando, diz o jornal.