Presidente da República disse, em live, que pode indicar Augusto Aras se surgir uma terceira cadeira na Corte
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, condenou a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que pode indicar o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), em meio às investigações de que são alvo amigos e familiares de Bolsonaro.
“Com promessa de vaga no STF, Bolsonaro passa um cheque pré-datado na tentativa de comprar Augusto Aras, que garantiu independência quando sabatinado no Senado. Também defendeu o inquérito do Supremo sobre fake news. Se descontar o voador, Aras prevarica e flerta com impeachment”, destacou Freire.
Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (28) que Aras pode assumir uma vaga na Corte. O procurador-geral da República é o único que pode denunciar o presidente por crimes comuns. Ele, inclusive, já se mostrou contrário ao pedido de apreensão do celular de Bolsonaro no inquérito que apura interferência na Polícia Federal.
Para o líder do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), a declaração de Bolsonaro mostra uma explícita troca ou insinuação de favores e interferência para preservação de interesses pessoais.
“Me somo a todos do país que desejam uma postura republicana e não transformar aquilo que são atribuições num toma-lá-dá-cá explícito. A manifestação do presidente é estarrecedora e cabe a Aras manter distância em relação a isso. É um presidente que se comporta como candidato, como alguém que fala para um grupo e não que dirige e fala para a Nação”, ponderou Jardim.