Freire cobra articulação do Ministério da Saúde pra produção de testes e respiradores

Segundo presidente do Cidadania, general Pazuello e Bolsonaro comportam-se como meros espectadores da crise e não agem para combatê-la

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, cobrou nesta sexta-feira (22) que o Ministério da Saúde articule e financie iniciativas para a produção local de testes e respiradores no combate à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Desde março, notícias diárias dão conta de pesquisas em universidades e hospitais públicos e privados que poderiam diminuir a dependência brasileira de outros países e ajudar a salvar vidas.

A mais recente delas é um teste genético, patenteado nos Estados Unidos pelo Hospital Albert Einstein, capaz de detectar a doença com 100% de especificidade. É mais barato e tem maior capacidade de processamento do que o melhor teste disponível hoje (RT-PCR). Para Freire, se aplicada, com apoio do governo, em outros laboratórios genéticos do país, a técnica permitirá testagem em massa e traçará o cenário real da pandemia no país.

“Tanto o ministro interino Eduardo Pazuello, da Saúde, quanto o presidente Bolsonaro se comportam como meros espectadores da crise. Avisam que a doença está progredindo, se interiorizando, mas sem nenhuma ação concreta para combatê-la. Têm a ciência como aliada, mas preferem recorrer à mistificação da cloroquina”, apontou.

Atalho x Trabalho

Segundo o ex-parlamentar, com testagem em massa, o país estaria mais próximo da estratégia mais adequada de controle da Covid-19 e mais distante de um lockdown total, embora a doença já tenha avançado demais.

“Querem um atalho pra reabrir o país, mas atalho não há. Só existe trabalho. Trabalho pra identificar as pesquisas mais relevantes, financiar e replicar essas iniciativas, construir leitos pelo país, articular academia e empresas na produção de respiradores. É isso que vai salvar vidas e retomar a economia”, apontou.

Ao comentar fala do general Pazuello, de que “é hora de se preparar” e “rezamos para que o impacto seja menor” com o avanço da doença no Centroa-Oeste, Sul e Sudeste, o presidente do Cidadania disse que nada disso acontecerá “num passe de mágica” ou por “vontade de Deus”.

“Diz que o sistema tem de se estruturar como se fosse um analista da situação e não como responsável pela área. O Rio de Janeiro, terra dele, já está em colapso. Lá, há um bom projeto coordenado pela UFRJ pra fabricação de respiradores. Não tem milagre, tem de investir. Governo não pode lidar com a pandemia como fazem fundamentalistas, pedindo rezas, jejuns e penitências como se isso fosse resolver”, observou.

Ele se refere a um projeto desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Coppe/UFRJ, com pelo menos 17 colaborares externos, cujo protótipo tem custo aproximado de R$ 5 mil, dez vezes menos que o valor dos aparelhos no mercado. Assim como esse, há diversos outros estudos e pesquisas em andamento pelo país.

“O papel do Ministério deveria ser coordenar esses esforços, buscar sinergias e liberar recursos para as pesquisas, negociar com empresários a reconversão do parque industrial pra agilizar a produção, comprometendo-se com a compra desses aparelhos. Em vez disso, perdem tempo com cloroquina e milhares morrem com a doença”, sustentou.

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