Integrante da Comissão Executiva Nacional do Cidadania e ex-deputado federal pelo Pará, Arnaldo Jordy divulgou uma homenagem na tarde de hoje ao músico Aldir Blanc, que morreu nesta segunda-feira (4), vítima da Covid-19. Compositor e escritor, um dos maiores da música brasileira, Blanc tinha 73 anos. Fez em parceria com o grande amigo João Bosco a música “O Bêbado e a Equilibrista”, eternizada na voz da cantora Elis Regina e lembrada nesta homenagem de Jordy.
Leia abaixo:
Anistia e Blanc
Aniquilada, pelo Exército, a “Guerrilha do Araguaia”, no final de 1974, em áreas que compreendiam Goiás (hoje Tocantins), Maranhão e Pará, a tigrada que “torturava, esganava e trucidava” nos porões da ditadura precisava continuar trabalhando.
No Araguaia, foi um verdadeiro massacre. Eram 5000 soldados das forças armadas contra 80 guerrilheiros do PCdoB. Em 1975, os profissionais já faziam a limpeza da área, quando resolveram se voltar contra o velho inimigo, o pacífico PCB, que estava engajado na luta pela democracia.
As primeiras vítimas fatais do Partidão (PCB) foram os jornalistas Vladimir Herzog e o operário Manuel Fiel Filho, torturados até a morte nas dependências do Exército (DOI-CODI), em São Paulo, em 1975. O Brasil, naquela época, já pedia ANISTIA. “Ampla, Geral e Irrestrita”, diziam os cartazes do comitê comandado pela ativista Terezinha de Godoy Zerbini. Em 1978, a pressão aumentava. A ditadura completara 14 anos.
É quando João Bosco e ALDIR BLANC fazem um samba que expressa àquele momento brasileiro. “O bêbado e a equilibrista”, na voz de Elis Regina, deu o tom de um Brasil melancólico, sofrido, mas que não perde a graça, o sorriso (Smile) e a esperança por dias melhores.
O bêbado é uma alegoria do imortal personagem de Chaplin, de luto, entre outras coisas, pelo “choro” de “Marias e Clarisses” no “solo do Brasil”.
Maria é a viúva de Manuel Fiel Filho. Clarisse é a viúva de Vladimir Herzog.
“Mas caía”.
Arnaldo Jordy