Em reunião com dirigentes do Cidadania, Freire defende frente ampla a favor da democracia e contra Bolsonaro

Para presidentes estaduais, partido tem de liderar processo e se firmar como alternativa para o futuro

Em reunião com 24 presidentes estaduais do Cidadania, o presidente nacional do partido, Roberto Freire, defendeu a criação de amplo movimento político em defesa da democracia, especialmente neste momento em que o presidente Jair Bolsonaro tem o Supremo Tribunal Federal (STF) como alvo.

“Nós precisamos aprofundar nossa capacidade de mobilização. Tenho para mim que do Janelas Pela Democracia sairá uma proposta que ainda não está na ordem do dia: o impeachment”, apontou, ao se referir à articulação de Cidadania, PDT, PSB, PV e Rede que discute ações conjuntas para frear a escalada autoritária. Ele defendeu que “que se abra essa janela para todas as forças democráticas”.

Os presidentes estaduais do Cidadania também defenderam que o partido lidere esse processo e se afirme como alternativa democrática aos extremos. A avaliação sobre o fracasso da gestão Bolsonaro foi unânime.

O presidente do partido no Piauí, Mário Rogério Soares, sintetizou o sentimento, após o fim da reunião.

“A questão mais importante foi a proposta de unificação do discurso em relação ao Bolsonaro. É importante que tenhamos esse direcionamento para que possamos ter a certeza de que tanto no Piauí, como nos Rios Grandes ou nos confins do Amazonas, estaremos sempre falando a mesma linguagem”, resumiu.

Presidente do Partido em Pernambuco, o deputado federal Daniel Coelho disse que o Cidadania, desde que foi formulado, “se pauta em unir lideranças e posicionamentos não radicais”. “Que não apelam entre os extremos petistas e bolsonaristas. Tentamos buscar no bom senso e coerência um caminho para o País”, registrou.

Em Rondônia, Vinicius Miguel, presidente da seção local do partido, disse enfrentar o “avanço do fundamentalismo bolsonarista”. “Temos sofrido ataques de partidos que apoiaram o atual presidente nas últimas eleições. Sofremos ameaças até mesmo de violência”, alertou.

Para o presidente do partido no Rio de Janeiro, Comte Bittencourt, o Cidadania tem o dever lutar pela democracia brasileira.

“O impeachment precisa de um melhor amadurecimento, o que não impede o partido de defender bandeiras relacionadas à democracia e à defesa de suas instituições”, sustentou.

Para Marco Marrafon, presidente do Cidadania-MT, esse governo “já mostra sinais de cansaço”.

“É preciso ter a ideia de que o passado não é mais o que a população quer. Cidadania tem que liderar um novo processo”, disse.

Para o presidente do Cidadania de Mato Grosso do Sul, Ricardo Maia, o partido, se posicionar contra os “descalabros” de Jair Bolsonaro é estabelecer o partido como alternativa política.

“Roberto e nossa bancada federal vêm se colocando vigilantes ante o descalabro de não termos uma liderança à frente do país com compromissos democráticos e com a cidadania. Isso contribui para que o partido se coloque cada vez mais como uma alternativa de poder”, destacou.

O presidente do Cidadania em São Paulo e líder do partido na Câmara, deputado federal Arnaldo Jardim (SP), afirmou que as crises sanitária e econômica, que se tornaram o principal problema na vida das pessoas, evidenciaram o despreparo do governo.

“Não tenho dúvidas que a ordem do dia são as crises sanitária e econômica. É em torno da saúde e da economia que a população está polarizada. É apenas disso que se fala. Bolsonaro, no meu entender, é uma pessoa despreparada”, apontou. “É ele que temos que enfrentar. Botar limistes”, completou.

O secretário de finanças do Cidadania e presidente do partido em Alagoas, Regis Cavalcante, também defendeu a necessidade de colocar freio ao projeto autoritário em construção.

“Vivemos esse populismo tosco que beira o fascismo. Deve ser condenado por esse partido. É preciso fazer todo o trabalho possível parar barrar essa onda autoritária que atinge o País”, conclamou.

Evangélico23

Davi Zaia solicitou aos presidentes estaduais que colaborem com a construção do Núcleo Evangélico 23, espaço de representação de uma parcela cada vez mais importante da poppulação no debate público.

Coordenador do grupo e presidente do partido no Maranhão, Eliel Gama, afirmou que o objetivo é propiciar a unidade de discurso em conformidade com a orientação da legenda. “Acreditamos num evangélico progressista, que valoriza a vida, a democracia, a ciência e a liberdade de expressão”, explicou.

Roraima

Freire elogiou a decisão da deputada estadual de Roraima e presidente do partido no estado, Lenir Rodrigues, de transformar a sede estadual em um local de acolhida aos filiados do interior. Segundo Lenir, a ideia nasceu da dificuldade de acesso nos diversos municípios de Roraima. “Queremos deixar veículo e outros recursos para que o partido tenha condições de transitar e ter presença nos municípios em nosso estado”, disse.

Ela ainda comentou que trabalha para que o partido tenha no estado maior proximidade com a realidade das pessoas. “Lutamos por igualdade de participação das mulheres. Nossas candidatas serão de verdade. Vamos priorizar candidaturas de mulheres, negros e negras”, propôs, ao informar que a perspectiva no estado é ter nomes que sejam alternativa tanto ao bolsonarismo quanto ao lulopetismo.

Representando o presidente do Cidadania-AC, Rômulo Barros, Davi Hall disse estar “feliz por fazer parte da construção do Cidadania e com os posicionamentos que tem tomado em nível nacional”. “Está sendo bem conduzido pelo nosso presidente e demais dirigentes”, observou.

Também participaram do encontro os presidentes do Distrito Federal, Chico Andrade; do Pará, Everaldo Nunes; da Paraibá, Ronaldo Guerra. Não puderam participar os presidentes do Rio Grande do Norte, Wober Júnior; de Sergipe, Alessandro Vieira; e do Tocantins, Eduardo Bonagura.

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