Roberto Freire criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro, que nega orientações da ciência e pode levar o Brasil a uma tragédia ainda maior do que a já em curso
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, participou nesta segunda-feira (25) de uma live com a presidente do partido em Salvador (BA), Isabela Sousa. Durante a conversa, ela citou o exemplo do estado da Bahia no combate à pandemia, onde prefeitura e governo estão trabalhando em conjunto.
“O prefeito e o governador deixaram as suas bandeiras para segundo plano e colocaram como prioridade a vida das pessoas”, destacou Isabela.
Para Freire, esse é um exemplo a ser seguido num momento em que o país precisa de unidade e solidariedade.
“Isso contrasta com o Governo Federal, com a atitude do Bolsonaro, um negacionista que trabalha contra a colaboração e a favor da morte. Estamos vivendo uma tragédia que pode ser maior por termos essa incapacidade do governo de atuar e dar exemplos de solidariedade”, criticou o ex-parlamentar.
Por outro lado, Freire destacou o esforço do Congresso Nacional no combate à pandemia. Segundo ele, forças antagônicas do ponto de vista político e ideológico estão trabalhando para conter o avanço da doença. “É algo que deve ser salientado. O plenário virtual está levando os partidos e suas lideranças a buscarem mais facilmente o consenso, superando contradições menores para atender à necessidade da população”, ressaltou.
Sobre a falsa polarização entre saúde e economia, o presidente do Cidadania observou que as pessoas de bom senso não fazem essa distinção e criticou novamente o presidente.
“Não existe economia sem vida. Quando há risco de vida, a prioridade é lutar para que ela seja preservada. Bolsonaro não entende porque só cuida de conflitos políticos e de 2022. Se não fossem os governadores, não sei como estaria a articulação para o atendimento sanitário da população brasileira”, acrescentou.
O presidente do Cidadania falou ainda sobre a possibilidade de impeachment do presidente. “Estamos vivendo esse momento com um presidente incapaz de liderar, que gera problema em vez de trazer tranquilidade. Vive agredindo as instituições, num momento em que o país precisa de união. É uma figura nefasta para o país. Não duvido que o desenlace seja o impeachment se a coisa continuar dessa forma”, avaliou.
Para Freire, o movimento ainda não cresceu porque o país está hoje preocupado em combater a pandemia do coronavírus e os que defendem o impeachment não estão indo às ruas. “Acredito que, no momento que as ruas puderem ser preenchidas por nós, teremos grandes manifestações contra o Bolsonaro. Hoje, ele tem a sua bolha, seus admiradores, mas está cada vez mais reduzido”, destacou o ex-parlamentar.
Diálogo
Durante a conversa, Freire também falou sobre o movimento Janelas pela Democracia e da sua importância para impedir o retrocesso e na defesa da democracia. “Estamos tentando formar uma grande frente democrática para enfrentar o governo que, além de tudo, é antidemocrático. Há uma escalada para um autogolpe. Eles agridem as instituições. Há um clima perigoso e é necessário que os democratas se unam para impedir qualquer retrocesso nas liberdades brasileiras”, disse.
Ainda sobre o assunto, o presidente do Cidadania defendeu uma hegemonia democrática. “Não há defesa da democracia se esses partidos de esquerda pensarem que tem que ser só com eles. Isso tem que ser hegemonia democrática, aberta, é fundamental a presença de todos. Temos que superar antagonismos na defesa da democracia. É isso que o Cidadania está buscando, por isso minha participação no Janelas pela Democracia”.