O líder do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), disse nesta quinta-feira (28) que as declarações do presidente Jair Bolsonaro afirmando que pode indicar o procurador-geral da República, Augusto Aras, a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) são “uma explícita troca ou insinuação de favores, de interferência para preservação de interesses pessoais”.
Arnaldo Jardim afirmou, ao comentar a fala do presidente que se soma a todos os brasileiros que desejam uma postura republicana do mandatário e “não transformar aquilo que são atribuições num toma-lá-dá-cá explícito”. Para o líder do Cidadania, as manifestações de Bolsonaro são “estarrecedoras” e cabe a Aras “manter distância em relação a isso”.
Aras é responsável por investigações com potencial para atingir Bolsonaro, que informou que o procurador-geral é forte candidato a uma terceira vaga na corte. Os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello deixarão o STF no atual mandato de Bolsonaro por aposentadoria compulsória. Em caso de reeleição do chefe do Executivo, uma cadeira poderia surgir com uma saída não programada de algum ministro, como morte, por exemplo. “Se aparecer uma terceira vaga – espero que ningém desapareça -, mas o Augusto Aras está fortemente na terceira vaga”, disse Bolsonaro.