Igualdade23 homenageia líder abolicionista negro Luís Gama

O Igualdade23 divulgou nota para marcar a abolição da escravatura, no dia 13 de maio, com uma homenagem ao líder abolicionista negro Luís Gama. Jornalista, maçom e funcionário público, Gama foi responsável, como advogado, pela libertação de centenas de negros escravizados.

Em carta a um amigo, lembra a nota, Gama escreveu que promovia “processos em favor de pessoas livres criminosamente escravizadas”, auxiliando “licitamente, na medida de meus esforços, a alforria de escravos, porque detesto o cativeiro e todos os senhores”.

Leia a nota abaixo:

Luís: ícone do abolicionismo e da “advocacia” em prol dos escravizados

Luís Gama é um daqueles personagens históricos que por tantas contribuições e em várias áreas conta com respeito e admiração, praticamente, unânimes.

A trajetória de luta vem de berço, pois a mãe, Luiza Mahin, é reconhecida como ícone de luta contra a opressão. Sabe-se que ela uma africana livre, da Costa Mina (Nagô de Nação), foi uma mulher altiva, quitandeira, muito laboriosa, que acabou presa como suspeita de envolver-se em planos de insurreições de negros escravizados.

Filho de um descendente de portugueses com escrava liberta, acabou vendido aos dez anos como escravo pelo próprio pai, que precisava de dinheiro para pagar dívidas de jogo.

Considerado como um dos mais importantes abolicionistas do Brasil, Luís Gama apesar de ter se alfabetizado aos 17 anos de idade, conquistou judicialmente a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos. Calcula-se que Gama tenha conseguido alforriar, pela via judicial, centenas de escravos.

“Dizem que a quantidade de processos em que ele se envolveu foi enorme. Sob a guarda do arquivo do Tribunal de Justiça de São Paulo, encontram-se menos de 500. Mas isso deve ser analisado com cautela, pois muitos podem ter sido perdidos”, diz o historiador e escritor Paulo Rezzutti, estudioso de personalidades brasileiras do século 19.

Uma das mais antigas e detalhadas biografias de Gama, O precursor do Abolicionismo no Brasil, foi escrita pelo sociólogo e jornalista Sud Menucci (1892-1948) e publicada em 1938. Na obra, o advogado dos escravizados conseguia sucesso ao buscar ilegalidades na relação entre o senhor e o cativo que defendia, para assim justificar perante a lei a necessidade da alforria.

Em carta a um amigo, Gama escreveu que promovia “processos em favor de pessoas livres criminosamente escravizadas”, auxiliando “licitamente, na medida de meus esforços, a alforria de escravos, porque detesto o cativeiro e todos os senhores”.

Passados 133 anos da morte de Luís Gama, em 2015, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo, concedeu-lhe o título de “advogado”, uma vez que não era formado e atuava como “provisionado” ou rábula, o que não o impediu de na época atuar e libertar vários escravizados negros.

Luis Gama foi proeminente jornalista, maçom e funcionário público. Na imprensa, iniciou a carreira com o caricaturista Ângelo Agostini, com quem fundou em 1864 o primeiro jornal ilustrado humorístico de São Paulo, o Diabo Coxo.

Ambos integravam a loja maçônica América fundada por Luiz Gama e Ruy Barbosa e dela também teria feito parte Joaquim Nabuco.

“Sua coragem e determinação fizeram com que as demais pessoas acreditassem que seria possível libertar o Brasil, acabar com o jugo escravista”, aponta ele, que está lançando neste mês o livro José do Patrocínio: A pena da abolição. “Gama deu ao Movimento Social Negro pela liberdade um sentido de que, mesmo escravizados, podiam ser agentes e protagonistas de sua liberdade.”

Entendemos que o espirito de luta por libertação dos cativos em vários sentidos se faz necessário ainda hoje, vemos gama nas pessoas que lutam cotidianamente por sua liberdade bem como pela liberdade dos seus iguais.

Igualdade 23

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