A pandemia causada pelo novo Coronavírus (Covid-19) demonstrou ao gigante dos trópicos que precisamos nos reinventar e inovar. Estamos acompanhando uma dicotomia da nação brasileira, na qual uma parte defende as restrições devidas indicadas pelos líderes da saúde (sejam ministros ou secretários) e, outra parte, apoia o relaxamento quanto ao distanciamento social, devido o grave cenário econômico que tem se materializado.
A partir desta perspectiva, conseguimos indicar quais ações realizadas por meio de políticas públicas podem atenuar esta dicotomia instaurada, visto que, as políticas públicas quando bem planejadas demonstram um resultado positivo para toda a população. Assim, agentes públicos, ONGs, movimentos sociais, câmaras, agências e outros, tem lutado de forma assídua para a busca da diminuição dos problemas causados pela pandemia.
Na área da saúde, os governadores tem analisado seus estados a partir das instruções que seus secretários de saúde repassam, bem como os direcionamentos que são dados pelo Ministro da Saúde, em esfera nacional. O fato é que o distanciamento social é a melhor forma de combate e prevenção ao vírus, isso não são líderes políticos que fundamentam a teoria, mas sim, fatos constatados por pesquisadores de diversos lugares do mundo, em especial, China, Itália, Espanha e Alemanha (o último tem dado uma “aula” de como estruturar um sistema de saúde sólido).
Não diferente, os municípios, por meio de seus prefeitos, tem buscado seguir a risca os direcionamentos de seus secretários de saúde e as dos secretários em esfera estadual. Cada município tem sua particularidade, alguns nem casos confirmados tem, mas irão esperar ter o primeiro caso para agir com prevenção? Certamente não! Outros já enfrentam graves problemas por conta de testes, leitos de UTI e até mesmo na economia municipal.
Dessa maneira, na cidade de Camboriú, localizada ao sul do país, especificamente no estado de Santa Catarina, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, adotou medidas para mitigar os danos causados na economia local, por meio das seguintes ações: I – abertura e formalização de Microempreendedores Individuais (o famoso MEI) por meio de WhtasApp da Secretaria; II – divulgação voluntária nos canais da Prefeitura dos deliveries do município, como forma de instigar a compra no comércio local; e III – informações e direcionamentos sobre linhas de créditos facilitadas, a fim de instruir os empresários mais afetados a buscarem medidas para capitalizar recursos e, auxiliar em direcionamentos para inovar seu serviço.
Além disso, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social tem dado todo suporte de instrução para a parcela mais pobre da população (que não tem acesso a celular, tão pouco a internet) quanto ao cadastro e obtenção do auxílio social no valor de R$600,00. Aquelas pessoas que já recebem o “Bolsa Família” são comunicadas sobre o recebimento, bem como as pessoas cadastradas que recebem cesta básica, que são as que possuem dados ligados a Secretaria. Essa forma de triagem tem auxiliado na diminuição de filas nas agências da Caixa Econômica Federal, um local propício para a disseminação do vírus.
Dessa forma, o grande intuito é reinventar e inovar o que já existe, não precisamos criar novamente a “roda”, mas utilizar dos métodos existentes para modernizar e recriar o que é realidade, a partir de um novo tempo que se estenderá por meses. Assim, indico-lhes a propor em seus municípios políticas públicas e/ou medidas para auxiliar não só a economia, mas também o nosso Sistema Único de Saúde, que deve ser preservado e valorizado!
Marlon Borsatto, é graduado em Relações Internacionais, formado em Desenvolvimento Regional. Vice-coordenador da Juventude23 na região da Foz do Rio Itajaí. Diretor de Comércio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Município de Camboriú-SC