Ao rebater Osmar Terra em comissão, deputada federal disse que todas as vidas são importantes, lembrou que todas as vítimas da Covid-19 têm família e defendeu repasse de recursos para que estados e municípios enfrentem a doença
Relatora da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que discute ações de prevenção e combate ao coronavírus, a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC) rebateu, nesta terça-feira (14), o ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS) e defendeu o isolamento social como forma de evitar a transmissão acelerada da doença e o aumento de mortes evitáveis.
Zanotto, que é enfermeira, lembrou, emocionada, o trabalho de profissionais de saúde e a dor de quem já perdeu parentes vítimas da Covid-19. “Todas as vidas, independentemente da faixa etária e do grau de parentesco, são importantes. Esses enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, médicos, os pacientes que estão indo a óbito pertencem a uma família. Eles têm um pai e uma mãe, eles têm filhos”, observou.
A parlamentar argumentou que não se pode minimizar a situação. “Essas vidas são primorosas pra todos. Para mim, mais de mil óbitos que já ocorreram nesse país por causa da pandemia são tão importantes quanto 200 mil óbitos. Tenho muito medo de a gente minimizar a situação e ter de utilizar caminhões do exército para transportar corpos como estamos vendo mundo afora ou o sepultamento da nossa população em vala comum”, lamentou.
Ajuda aos estados
Carmen Zanotto ressaltou que reconhece os problemas que a pandemia e o isolamento social trazem para a economia. “Compreendo sim que teremos prejuízos. O pequeno empreendedor. O trabalhador autônomo. O grande empresário. O País como um todo. Isso não é um problema isolado. Quando estamos aqui na Comissão defendendo a vida não significa que apoiamos, ou queremos, a quebradeira do País”, disse.
Ela observou, no entanto, que o momento exige unidade. “Todos nós, independentemente da posição que ocupamos, quer seja no governo federal ou nos governos estaduais e municipais, do setor produtivo ou empregados, queremos o melhor para o nosso país. Só a unidade vai nos tirar desta situação. Não quero no final da história contar o número de corpos. Quero e rezo todos os dias para que a gente tenha uma ou várias medicações que respondam”, ressaltou.
A deputada ainda pontuou que eventuais casos de corrupção, se surgirem, não podem ser usados como desculpa para não repassar agora recursos para que os estados invistam em saúde. Ela defendeu que a Justiça cuide dos casos de desvio. “O ministro Moro está aí para isso. Cabe a ele, que sempre foi um homem que defendeu o combate à corrupção, como defendemos, acompanhar. Aqueles que fizerem uso indevido que respondam”, assinalou.