Eliseu Neto vai atuar pela organização na discussão de políticas públicas voltadas para defesa e promoção dos direitos dessa população
O fundador e coordenador nacional do núcleo Diversidade23 do Cidadania, Eliseu de Oliveira Neto, assumiu a Coordenação da Aliança Nacional LGBTI+ junto ao Senado Federal. A Aliança é uma organização da sociedade civil que atua na defesa e promoção dos direitos humanos da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais (LGBTI+).
A rede integra ONGs e entidades LGBTIs do País e trabalha na formulação de políticas públicas voltadas para essas pessoas. No Senado, essa tarefa caberá ao coordenador do Cidadania23. “Eu farei a articulação da sociedade civil com o Senado, promovendo o diálogo com parlamentares, articulando votação e sempre buscando combater o preconceito”, afirmou Neto.
Na avaliação do coordenador, o momento político conservador pode dificultar o debate. No entanto, ele acredita que a sociedade não aceita mais tanta intolerância e o trabalho deve se pautar em garantir que não haja retrocesso.
“É a primeira vez que temos um governo que é inimigo da população LGBTI+, que usa o Congresso Nacional para retirar direitos e atacar essa população. Temos a percepção de que não existe um retrocesso da sociedade, é um retrocesso político. A sociedade cada vez mais não aceita o preconceito”, explicou.
Mesmo diante de um cenário conservador, Neto reconhece que há mais engajamento por parte dos parlamentares pelas questões LGBTI+. Mas ele lamenta a falta de aprovação de projetos de lei direcionados a essas pessoas. “Os parlamentares estão mais abertos para escutar, discutir, mas até hoje não teve uma lei para essa população que passou no Congresso Nacional”, pontuou.
Uma das pautas defendidas pelo coordenador do Diversidade23 trata da doação de sangue pelos LGBTIs. Segundo ele, cerca de 18 milhões de litros de sangue não são utilizados em razão do preconceito. “Estamos com esse debate no judiciário e no Congresso. É lamentável que alguém tenha que mentir, ferir a própria dignidade para poder ajudar os outros”, argumentou.
Para Neto, sua articulação no Senado será importante para garantir os direitos da população LGBTI. “Se eu tenho um presidente da República que fala que gay é aquele cara que apanhou pouco na infância, é fundamental que a gente se organize, que a gente fale com os senadores, os deputados. É esse nosso compromisso dentro da Aliança”, concluiu.