Deputada é relatora da Comissão Externa da Câmara criada para acompanhar a evolução da doença no País (Foto: Robson Gonçalves)
A deputada federal e relatora da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha o andamento do Coronavírus no País, Carmen Zanotto (SC), afirmou nesta quarta-feira (11) que o País vive momento “delicado” e adiantou ser preciso mais recursos para fazer o enfrentamento correto da doença.
Ela destacou o trabalho desenvolvido pela Casa no acompanhamento do Coronavírus e no auxílio ao Governo Federal com a aprovação de leis que facilitem a execução de ações de defesa e combate à enfermidade.
“Nós precisamos ter toda a estrutura preparada na área da saúde, assim como garantir orçamento para fazermos frente a esta situação”, alerta.
Na entrevista a seguir, a deputada comentou ainda os efeitos negativos do Coronavírus na economia e afirmou que o poder público não pode permitir abusos como encarecimento de produtos como máscaras e álcool em gel.
Como a senhora vê a situação do Coronavírus no País atualmente?
Já temos casos confirmados e a cada dia suspeitas de novos estão sendo registradas pelos estados. Vivemos um momento delicado. Nós precisamos ter toda a estrutura preparada na área da Saúde para combater a doença, assim como garantir orçamento para tratar e atender os brasileiros que forem contaminados.
Como o Legislativo está atuando para conter o avanço da doença?
A Câmara dos Deputados já atuou rapidamente quando trabalhamos a vinda do PLN 23, que agora é lei, dando segurança para repatriarmos os brasileiros que estavam no epicentro da situação na China, assim como para definirmos, com clareza, o que é isolamento, o que é quarentena, etc. Garantimos todo o arcabouço jurídico necessário para o enfrentamento. A partir dessa situação, foi constituída uma Comissão Externa de acompanhamento até para sabermos como os estados estão e como podemos apoiá-los.
Na avaliação da senhora, será possível garantir recursos suficientes para combate e tratamento?
Não tenho dúvidas de que iremos precisar de mais recursos para a Saúde. Em especial para fazer frente ao pagamento de internações hospitalares e outros exames. Porque os tetos dos estados e municípios já estão estourados, gastam mais do que recebem. As dificuldades financeiras deles já são muito grandes e precisamos de um aporte de recurso federal. Já estamos trabalhando isso aqui na Câmara e esperamos boas noticiais nesse sentido.
Vimos esta semana um movimento de pânico nos mercados em relação aos impactos econômicos da doença. A gravidade dada à doença é correta?
Não podemos subestimar. Precisamos estar preparados para situações mais complexas. Agora, o mercado terá dificuldades sim. Já está havendo inclusive com matérias primas em alguns setores. A produção precisa ser ampliada e não podemos aceitar que o mercado inflacione. Ou seja, aquilo que custava R$ 25 começar a custar R$ 135. Precisamos garantir esses equipamentos para o dia a dia na área da saúde e para outros setores. O poder público precisa dar segurança à população, levar as informações corretas e dar agilidade aos exames.
Qual a importância de uma Comissão Geral para discutir o assunto com o ministro da Saúde?
A Comissão Geral deixa clara a importância do Legislativo no debate [sobre a doença] e a disposição do Parlamento brasileiro em auxiliar o Governo Federal no enfrentamento a esta situação. É um meio de mantermos um canal atualizado de troca de informações.