Projeto de Kajuru tipifica fake news de autoridades públicas como crime de responsabilidade

A proposta está fase de recebimentos de emendas e será analisado pela CCJ em decisão terminativa (Foto: Agência Brasil/Marcello Casal Jr)

Divulgar informação falsa, difamatória ou sem fundamento pode se tornar crime de responsabilidade e ato de improbidade administrativa — quando o autor dessa informação for autoridade pública. É o que propõe o projeto de lei (PL 632/2020), apresentado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). O texto está em análise na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.

Para tipificar como crime de responsabilidade e como ato de improbidade administrativa a divulgação de informação manifestamente falsa ou difamatória, a proposta altera duas leis: a que define os crimes de responsabilidade (Lei 1.079, de 1950) e a Lei da Improbidade Administrativa (Lei 8.429, de 1992). 

Para senador, fake news têm sido, cada vez mais, um problema para democracia (Foto: Geraldo Magela)

Em sua justificativa, o senador afirma que as fake news têm sido, cada vez mais, um problema para a democracia contemporânea. Para ele, as notícias falsas agravam os “espetáculos de autoridades públicas” que desviam a atenção de temas relevantes para o interesse público, como os desastres ambientais e as tragédias urbanas. 

“A propósito dessa lamentável realidade, cabe ponderar que faltar com a verdade viola diretamente o dever de integridade e de probidade administrativa. Com tais acréscimos [previstos em seu projeto], tanto os agentes políticos de governo, como também os agentes administrativos, se fizerem uso das fake news com motivações e objetivos inconfessáveis, ficam sujeitos à perda do cargo e a outras penalidades, conforme previsto nas leis em questão”, defendeu Kajuru. 

O projeto, que está na fase de recebimentos de emendas, será analisado pela CCJ em decisão terminativa – ou seja, se for aprovado pela comissão, poderá ser enviado diretamente à Câmara dos Deputados, a não ser que haja recurso para votação no Plenário do Senado. (Agência Senado)

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