Diversidade23 divulga nota em repúdio às comemorações do golpe de 64

O Diversidade 23 divulgou, nesta terça-feira, nota de repúdio às comemorações do Golpe Militar de de 1964. Para a entidade, celebrar a data representa um golpe na democracia brasileira. Veja abaixo.

Nota de repúdio

Celebrar o Golpe de 1964 é um golpe na democracia brasileira. E não devemos nos enganar com o discurso dissimulador de quem se congratula com ditadores e torturadores.

O Golpe de 1964 foi, na verdade, um golpe na democracia brasileira. O Brasil, amedrontado e passivo, não conseguiu reagir à altura frente ao ataque à democracia que sofria naquele momento. O fantasma do comunismo, plantado num país como o nosso, não tem terreno fértil, mas justificou um dos mais vis golpes de estado perpetrado na nossa história. Assim, vejamos os fatos históricos: Jânio, alegando que ‘forças ocultas” o forcavam à renúncia, entrega o cargo a Jango, que tentando fazer frente aos “amigos” americanos, se aproximando do bloco contrário para estabelecer algum equilíbrio, é arrancado do poder. Buscando salvar vidas, pacificamente saiu.

Nossa história anterior, de Getúlio à época da Segunda Guerra, é dúbia, e é sabido que o mundo naquela época era o quintal colonial da Europa, e depois da guerra passou praticamente todo aos EUA. Nós, na Terra Brasilis, peões num jogo global.

O que se chama da “defesa das democracias” é na verdade a “defesa dos interesses Coloniais” ao redor do mundo. Essa briga ainda ecoa em nossos quintais. O regime totalitário que justificou o golpe, foi instituído pelos mesmos que deflagraram o golpe. Os direitos civis e democráticos foram suspensos, suprimidos, revogados e o poder brutal da ditadura pura foi instituído. As instabilidades e os conflitos causados pela interferência externa e de poderes constituídos para sustentar a democracia, desequilibraram a delicada estrutura da democracia brasileira. As Forças Armadas, ao assumiram aquela escalada, assumiram também a responsabilidade dos desgastes previsíveis.

A Lei da Anistia de 1979 foi um pacto, um acordo político de não agressão. Os agressores não foram punidos. E a falta de transparência determinou os rumos que ainda são seguidos, esquecidos dos aprendizados daqueles tempos difíceis.

As instituições nacionais permanentes e regulares, como o Legislativo e o Judiciário, tiveram que se reconstruir para continuar a cumprir sua missão constitucional, submetendo ao regramento democrático os governantes que insistem em desafiá-lo, com o propósito de manter a paz e a estabilidade.

Os países que cederam às promessas utópicas de parceria com a América sem manter sua autonomia lutam para manter a liberdade, a prosperidade e a civilidade, suprimindo as desigualdades como as nações livres.

Brasília, 31 de março de 2020

Diversidade23

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