Covid-19: Alessandro Vieira vai à Justiça para suspender propaganda fake news de Bolsonaro

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), ao lado dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), também integrantes do Movimento Acredito, entra com ação popular na Justiça Federal de Brasília, na tarde desta sexta-feira (27), pedindo a suspensão imediata da propaganda “O Brasil não pode parar”, do governo federal, e o bloqueio dos recursos públicos destinados à campanha.

Na ação com pedido de liminar, os parlamentares apontam lesão ao patrimônio, à moralidade administrativa e à saúde e incolumidade públicos e sustentam que os quase R$ 5 milhões gastos para contratar, sem licitação, a agência responsável pela campanha seriam suficientes para comprar cerca de 4 milhões de testes rápidos para coronavírus.

Para eles, o presidente da República, Jair Bolsonaro, está se valendo de sua função e de recursos públicos para convencer os cidadãos brasileiros de uma crença pessoal, incentivando que a população deixe o isolamento social. “Os estimula a retomarem suas atividades como se não houvesse uma pandemia dizimando milhares de vidas ao redor do mundo”, diz a peça.

Conforme a ação popular, Bolsonaro adota “narrativa absolutamente leniente” com a doença, “contraria não apenas a ciência e o bom-senso”, mas também “as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)” e ameaça mesmo quem não faz parte do chamado grupo de risco. “Não se preserva a economia colocando em risco a vida de milhões e milhões de pessoas”, assinalam os parlamentares.

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, favorável à suspensão da campanha, diz ser alarmante que o governo esteja repetindo o que foi feito em Milão (Itália), que, ao suspender medidas de isolamento, viu explodir o número de casos e de mortes. “A sociedade civil e o Legislativo tomam iniciativas para preservar empregos, garantir renda ao cidadão e aumentar os investimentos em Saúde. O Palácio do Planalto investe em propaganda fake news”, acusa.

Conforme Freire, é falsa a dicotomia entre combater o coronavírus e evitar a recessão. “As evidências apontam na direção contrária do que propõem a propaganda e o governo. O impacto econômico de milhares de brasileiros adoecendo ao mesmo tempo, sobrecarregando os hospitais, será brutal”, observa.

No Twitter, a deputada Tábata Amaral lembra que o objetivo do isolamento é “achatar a curva do número de doentes para que, ao longo do tempo, todos os que precisem de atendimento hospitalar tenham acesso”. “Infelizmente, o presidente parece não ter entendido isso”, diz.

Freire, por fim, cobra que o presidente da República e seus ministros cuidem da saúde da população, investindo em leitos e equipamentos, e da economia, socorrendo as empresas no que for necessário para dar sustentação à economia. “Têm de fazer a duas coisas e rápido. Publicidade não mata vírus, mas pode matar muitos brasileiros”, argumenta.

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