“O sistema financeiro precisa se posicionar urgentemente contra a pandemia. E não estamos falando em reduzir juros ou ampliar prazos de pagamento”, aponta em artigo o empresário Alexandre Pereira
Em um artigo recente, comentei sobre o abuso praticado pelo sistema financeiro em um país tão desigual como o Brasil.
Nesses tempos sombrios, me deparo com a animadora notícia sobre o movimento de empresários cearenses que se mobilizam na arrecadação de recursos para a aquisição de respiradores e equipamentos de proteção no combate à Covid-19. O movimento é necessário e já acontece em outros estados.
Acredito que a iniciativa não nasceu apenas da preocupação com o impacto que o coronavírus pode trazer aos negócios. Acima de tudo, é sobre o coletivo, sobre propósito, sobre pequenas ações que juntas ganham força.
Não dá para pensar no que estar por vir e ficar de braços cruzados, fazendo apenas a nossa própria quarentena.
Não podemos esperar menos do que o total comprometimento de quem pode amenizar esse roteiro nefasto. O sistema financeiro precisa se posicionar urgentemente contra a pandemia. E não estamos falando em reduzir juros ou ampliar prazos de pagamento.
Em 2019, a lucratividade exorbitante das quatro maiores instituições financeiras do Brasil — Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander — ultrapassou os R$ 81 bilhões. Me pergunto o quanto poderia ser feito se uma pequena fatia desse valor fosse destinada para colaborar nessa causa, salvando vidas.
Não é só uma gripe, chegou a hora da verdade.
Alexandre Pereira, empresário e presidente do Cidadania 23 no Ceará