Menos polêmica e mais trabalho, sugere Eliziane Gama a Weintraub

Bancada do Cidadania no Senado questionou o ministro da Educação sobre as ações e polêmicas da pasta (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), fez um apelo ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, para que ele parasse com as polêmicas envolvendo sua pasta nas redes sociais. O pedido por menos polêmica e mais trabalho foi feito durante audiência na Comissão de Educação da Casa para debater os problemas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2019.

“Desde o início do governo, vários problemas foram enfrentados pelo Ministério da Educação: a questão dos livros [descartados pela pasta], cortes em bolsas de estudo e repetidos erros [de gestão], como agora na divulgação do resultado no Enem. No seu Twitter vemos postagens desnecessárias, baseadas em caráter extremamente ideológico. O senhor não achava melhor parar de ser polêmico, parar de tuitar polêmicas e centrar mais na gestão da Educação?”, questionou a parlamentar.

“Tenho sim o direito de dizer o que eu quero”, respondeu Weintraub, ao considerar a rede social um “instrumento de defesa”.

Questionamentos

A senadora maranhense disse na audiência que o debate sobre educação é “vital para o desenvolvimento do País” e questionou Weintraub sobre estudo de Comissão Externa da Câmara dos Deputados apontando a redução do nível de escolaridade no MEC (Ministério da Cultura) e Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira); a redução da execução dos recursos da pasta em 80% no ano passado; a mudança de posicionamento do governo em relação ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação); e também sobre o empenho não realizado pelo governo no valor de R$ 1 bilhão oriundo da Operação Lava Jato.

O ministro da Educação contestou os dados apresentados por Eliziane Gama, mas não conseguiu ser convincente sobre os motivos pelos quais na sua gestão houve redução de doutores e mulheres nos cargos do MEC, e também porque os recursos da Lava Jato não entraram no orçamento da pasta.

“Questões técnicas”

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse a Weintraub que iria concentrar sua intervenção na audiência em “questões técnicas” dizendo inicialmente que considerava o cargo de ministro da Educação o mais importante da Esplanada dos Ministérios.

Segundo o parlamentar, o “Brasil está viciado em cortinas de fumaça ideológica” que estão atrapalhando o “diálogo construtivo essencial para o País” e que só “interessam às franjas radicais da internet sem construir resultados”.

Senador perguntou motivo da redução do orçamento da Capes e Inep (Foto: Geraldo Magela)

“Por que razão, segundo dados do Tesouro [Nacional], a redução do orçamento do Inep, em 34%, e da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], em 36%”, perguntou ao ministro.

Alessandro Vieira também pediu para Weintraub esclarecer o motivo do programa de alfabetização de jovens e adultos ter execução orçamentária praticamente zero em 2019; a não aplicação de R$ 1 bilhão recuperado da corrupção pela Lava Jato e do porque de tantas trocas no Inep e FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), além da apuração de indícios de fraudes na licitação do fundo.

“Não tem cortina de fumaça. Eu falo o que vem na telha. Aliás, eu estou aqui por isso”, disse Weintraub.

Sobre o R$ 1 bilhão, o ministro argumentou que “recurso não utilizado não é perdido” e que a licitação no FNDE não foi ele quem assinou.

Fundeb

O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), autor da proposta que torna permanente o Fundeb (PEC 33/2019), questionou o ministro Weintraub se não seria o caso de o Senado colocar a PEC em discussão e votação do que iniciar o debate do zero como sinaliza o governo.

Parlamentar do Cidadania-GO é autor de PEC que torna o Fundeb permanente(Foto: Geraldo Magela)

“Não seria melhor apontar e eliminar ruídos numa discussão ampla do que trazer uma nova proposta do Executivo e começar tudo do zero? Estamos correndo contra o relógio, pois o Fundeb será extinto em dezembro”, alertou Kajuru.

“Eu concordo que o Fundeb é fundamental e concordo com sua proposta”, disse Weintraub, ao afirmar, no entanto, que o governo enviará ao Congresso uma proposta própria que seja “fiscalmente responsável”.

Leia também

“Não funcionou”, diz presidente do Cidadania sobre federação com PSDB

Por Breno MorenoCidadeverde.comEm entrevista ao Jornal do Piauí, nesta...

Vereador de Camaquã/RS busca projetos que deram certo em outros municípios

Vereador Gabryell Santos participou de evento em Brasília e...

Presidente do Cidadania 23 Visita Iguaba Grande e Discute Políticas para o Rio de Janeiro

Na manhã desta terça-feira (9), Iguaba Grande, cidade da Região...

As novas tarifas de Trump: Impactos na União Europeia e no Brasil

No sábado, 12 de julho, o presidente dos Estados...

Informativo

Receba as notícias do Cidadania no seu celular!