Puxada pelo consumo das famílias, economia cresce 0,6% no 3º trimestre

O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) mostrou um crescimento acima do esperado pelos analistas (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A economia brasileira regisrou expansão de 0,6% entre julho e setembro de 2019, em relação aos três meses antecedentes, feitos os ajustes sazonais, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta terça-feira (03). Foi o maior crescimento nesse tipo de comparação desde o avanço de 0,7% no primeiro trimestre de 2018.

O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre mostrou um crescimento acima do esperado pelos analistas, com um desempenho bastante positivo do consumo das famílias e do investimento, pelo lado da demanda. Pelo lado da oferta, os destaquem foram a indústria, com alta especialmente forte do setor extrativo, e a agropecuária, enquanto os serviços tiveram um avanço moderado.

Principal componente do PIB pelo lado da demanda, com peso de mais de 60%, o consumo das famílias cresceu 0,8% em relação ao trimestre anterior, uma aceleração forte na comparação com o 0,2% do segundo trimestre. A expansão do crédito, a queda dos juros e a recuperação incipiente do mercado de trabalho ajudam a explicar o melhor resultado, que pode ganhar ainda mais fôlego nos três últimos meses do ano, com o efeito mais significativo da liberação dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

O investimento também teve um resultado favorável. Cresceu 2% na comparação com o trimestre anterior. Embora inferior aos 3% registrados no segundo trimestre, é um número positivo.

Do lado da oferta, o desempenho mais surpreendente foi da indústria. Avançou 0,8% no terceiro trimestre, mas com desempenho bastante desigual entre os setores. A indústria extrativa cresceu 12% em relação ao trimestre anterior, depois de encolher 6,1% no primeiro e 3,1% no segundo, em grande parte um reflexo da tragédia com a barragem da Vale, em Brumadinho, em Minas Gerais. Entre julho e agosto, houve uma reação expressiva.

Já o setor de serviços — que engloba comércio, intermediação financeira e serviços públicos, entre outros — registrou ampliação de 0,4% nos três meses até setembro, em linha com a projeção dos economistas. No segundo trimestre, o setor teve expansão 0,2%, dado revisado de alta de 0,3%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB do setor de serviços registrou elevação de 1%.

A agropecuária, por sua vez, cresceu 1,3%, abaixo da projeção mediana de alta de 1,8% dos consultados pelo Valor Data. No segundo trimestre, o resultado foi revisado de queda de 0,4% para queda de 0,5%. Ante o mesmo período do ano passado, o PIB agropecuário avançou 2,1%.

Em valores correntes, o PIB somou R$ 1,842 trilhão no terceiro trimestre, sendo R$ 1,582 trilhão referentes ao Valor Adicionado e R$ 259,7 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. (Com informações da agências de notícias)

Veja abaixo o resumo dos números do PIB no 3º trimestre

Serviços: 0,4% (com destaque para o comércio e atividades de informação e comunicação, com alta de 1,1%, em ambos)

Agropecuária: 1,3%

Indústria: 0,8% (maior alta desde o 4º trimestre de 2017, puxada pela indústria extrativa, que cresceu 12%, compensando a queda de 1% da indústria de transformação)

Construção civil: 1,3% (com o crescimento puxado pelo mercado imobiliário)

Consumo das famílias: 0,8% (melhor resultado desde o 3º trimestre de 2018)

Consumo do governo: -0,4%

Investimentos: 2% (2ª alta seguida, mas abaixo do avanço de 3% registrado no 2º trimestre)

Exportação: -2,8% (3ª queda seguida, afetada pela desaceleração global e pela recessão na Argentina)

Importação: 2,9%

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