O Brasil ficou em 57º lugar no Pisa em leitura, do qual participaram 79 países (Foto: Robson Gonçalves)
Ao avaliar o desempenho dos alunos brasileiros no Pisa, a deputada federal Paula Belmonte (DF), vice-líder do Cidadania na Câmara, disse que, “embora esteja sendo veiculado que não tenhamos ficado em último lugar, a verdade é que estamos quase em penúltimo”. Titular da Comissão de Educação, a parlamentar afirmou que a prova mostrou que apenas 2% dos jovens do Brasil sabem discernir uma opinião de um fato. Para ela, esse quadro indica impossibilidade de se ter uma opinião e ausência de massa crítica.
O Brasil ficou em 57º lugar no Pisa (leitura), do qual participaram 79 países. É a maior avaliação de educação básica do mundo. O País mais bem colocado foi a China. O exame aferiu que 4 em cada 10 adolescentes brasileiros não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros ou entender um experimento científico simples. A prova foi realizada no ano passado por 600 mil estudantes.
Para Paula Belmonte, o resultado da prova deve servir para “uma reflexão bem séria daquilo que queremos para as próximas gerações”. O Parlamento, afirmou ela, tem um compromisso para que “unidos, possamos fazer uma mudança na educação do Brasil”.
“É muito triste o que vem acontecendo com a educação no Brasil. Precisamos mostrar isso e defender que ela seja uma prioridade absoluta”, declarou.
Paula Belmonte lamentou que o país tenha um grande número de analfabetos funcionais. Segundo ela, esse problema tem um reflexo político, social, no desenvolvimento do país e na profissionalização dos trabalhadores.
Olhando para o Pisa, Paula Belmonte afirmou que “num país onde se fala tanto em educação, nossos jovens ainda estão em patamares muito baixos”. Outro ponto analisado pela parlamentar do Cidadania foi a questão do bullying, um dos graves problemas nas escolas. Segundo o Pisa, 3 em cada 10 alunos brasileiros relatam experiência com o problema algumas vezes ao mês.
“O bullying tem reflexos diretos na automutilação e no suicídio, que estão presentes nas aldeias indígenas também”, afirmou a deputada.