Rubens Bueno: Leilão do pré-sal frustra municípios e “acende luz” sobre interesse estrangeiro no Brasil

Para o parlamentar, ainda é cedo para se especular se a política externa do atual governo teve alguma influência direta no resultado do leilão (Foto: Robson Gonçalves)

O deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) avaliou nesta quarta-feira (6) que o resultado do megaleilão do pré-sal, que arrecadou R$ 69,960 bilhões diante da previsão de R$ 106,5 bilhões, frustrou um pouco os municípios brasileiros que contavam com parte desses recursos para promoverem investimentos. Por outro lado, também “acende uma luz” para que se verifique os motivos que levaram grandes petroleiras estrangeiras a não apresentarem lances.

“Precisamos admitir que o volume arrecadado é recorde. No entanto, a Petrobras arcou com 90% da maior área arrematada e comprou sozinha o outro campo. A falta de interesse de outras grandes petroleiras precisa ser analisada. Não há dúvida de que o resultado final do leilão frustrou um pouco os municípios, que esperavam receber mais recursos e o leilão só arrecadou 65,6% do esperado. Na prática, vão receber a metade do previsto”, afirmou o parlamentar.

Cerca de R$ 34,6 bilhões dos quase R$ 70 bilhões resultantes do leilão serão pagos à Petrobras como parte da revisão do contrato de exploração na área. Dos R$ 35,4 bilhões restantes os estados receberão 15%, e os municípios mais 15%, o que representa R$ 5,3 bilhões para cada. A previsão inicial era de R$ 10,8 bilhões.

Para Rubens Bueno, ainda é cedo para se especular se a política externa do atual governo teve alguma influência direta no resultado do leilão.

“Prefiro crer que foi mesmo uma questão de mercado. Mas por outro lado é preciso admitir que os ataques do presidente a países europeus, como França e Alemanha, e até a nossos vizinhos, como a Argentina, não ajudam o ambiente de negócios”, ponderou, lembrando que duas empresas habilitadas para o leilão, a francesa Total e britânica BP, desistiram de participar.

No megaleilão, a Petrobras arrematou a principal área, de Búzios, por R$ 68,194 bilhões, em parceria com as estatais chinesas CNODC e CNOCC. O valor foi o mínimo exigido, sendo que a estatal brasileira arcou com 90% desse montante e suas sócias 5% cada.

No outro campo arrematado, de Itapu, a Petrobras deu um lance sozinha e pagou um bônus de assinatura de R$ 1,76 bilhão, também pelo ágio mínimo. As duas outras áreas, de Atapu e Sépia, não receberam lances e serão incluídas em futuros leilões pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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